Na
contemporaneidade, assumir-se “Cartesiano’ revela uma perspectiva pejorativa de
extrema realidade, caracterizando o homem moderno como ávido e calculista. Isso
é explicado devido às interpretações do mundo construídas por René Descartes
baseadas na razão, no conhecimento não valorativo, liberto de sentimentos e
pré-noções, contrariando a filosofia antiga estéril que se baseava em
revelações, magias ou paixões.
Dessa forma,
conforme discutido pelo filósofo Jürgen Habermas, em suas obras, devido a
utilização da Ciência para chegar à verdade, e não mais do conhecimento filosófico,
religioso, ou mágico do universo, o homem contemporâneo sente a falta de um discurso
norteador da humanidade, uma vez que, a finalidade de uma crença religiosa, por
exemplo, é conduzir o homem a um estado de consciência ou paraíso, enquanto a
ciência e a razão desconhecem seus destinos.
Isso acontece
pois, para Descartes, a compreensão sistemática das coisas é infinita, visto
que, sempre se pode duvidar do mundo, fragmentá-lo, melhor conhece-lo e
alcançar a razão última. Por conseguinte, a ciência fica cada vez mais abstrata
e o homem contemporâneo depara-se com um grande vazio interno e o preenche com os
pretextos capitalistas do consumo, da aparência, e da busca incansável pela
acumulação de riquezas.
Heloísa Leonel Silva
1º ano- Direito Diurno
Aula 02
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