Brinquedos por ferramentas
Apesar do período em que vivemos, e nos avanços que leis
trabalhistas e os direitos humanos tiveram, reconhece-se ainda formas de
trabalho infantil, a exemplo temos a plantação de sisal do nordeste, que
utiliza da mão de obra infantil para extrair as fibras das plantas. Essa forma de trabalho foi fortemente
utilizada nos períodos da revolução industrial, onde a soma do desejo por
lucro, e os avanços tecnológicos proporcionaram o cenário para que crianças e
mulheres fossem também exploradas.
Com os avanços obtidos em pleno século XVIII, tornou-se desnecessário
o uso da força braçal do trabalhador, com isso, e sob uma perspectiva de maximização
de lucros, percebeu-se que era desnecessário pagar por uma mão de obra
excessiva, e sendo assim seria melhor pagar menos, para um trabalhador mais
fraco, mas em compensação mais flexível. A partir daí, passou-se a valorizar a
mão de obra infantil.
Além disso, se passa a pagar unicamente pela mão de obra
do trabalhador, não tendo assim um excedente, que se possibilita o sustento de
uma família, e mais uma vez, obrigando as crianças a ingressarem desde cedo nas
indústrias. Troca-se assim a diversão pelo trabalho, onde crianças com menos de
13 anos são socialmente forçadas a abandonar sua infância, para obterem seu próprio
sustento.
O uso infantil passou a ser tão comum, que usavam isso
ate mesmo nas propagandas de máquinas, que afirmavam que o aparelho eram tão fácil
de utilizar, que ate mesmo uma criança de seis anos seria capaz de trabalhar
nela. Era comum também toda segunda feira ter um “leilão” em praças à procura
de crianças para trabalharem por uma semana, passa-se assim a ter um comércio
de trabalhadores infantis, sendo tratados como escravos. Era comum também a
procura por crianças com aparência de terem 13 anos, já que as abaixo dessa
idade só podiam trabalhar por 6 horas.
As máquinas criadas nessa época tornam-se assim uma das
principais causas para o abuso cometido contra as crianças da época. Através da
facilidade proporcionada por elas, não se vê mais a necessidade do uso de uma
força abusiva e coloca-se assim o prejuízo sobre as crianças da época, que
acabaram tendo seus brinquedos trocados por ferramentas.
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