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sexta-feira, 27 de abril de 2012

O Progresso de Comte

 É fato que o positivismo começa a tomar forma nas idéias de Bacon e Descartes, mas somente com as proposições de Augusto Comte ele de fato se estabelece como uma forte vertente filosófica, diferente das demais por seu caráter deveras pragmático e cético. Inseridas , contudo, no contexto de grandes avanços científicos (principalmente no aspecto biológico), as ideias de Comte se mostram um tanto sedutoras, por buscarem utilidades práticas para os objetos de estudo.
 Essa praticidade almejada logo exclui a busca pela razão por trás das coisas, substituindo-a por um estudo das leis que regem o comportamento humano e o universo, para poder consequentemente prever e controlar tais acontecimentos, tornando o homem apto a intervir sobre tais acontecimentos e modificar seu curso, possibilitando a este, portanto, manter a ordem sobre seu meio social e físico.
 Comte ainda afirma que essa ordem é necessária para o progresso de uma civilização, e que só pode ser obtida a partir do momento que seus membros se dispõem a exercer suas funções, por mais injustas que possam parecer à luz das desigualdades sociais. Esse progresso depende ainda de uma evolução espiritual e intelectual de cada indivíduo, evolução esta tida por ele como certa.
 Comte explica que esse desenvolvimento intelectual e espiritual se dá por uma lei, enunciada como "Lei dos Três Estados", segundo a qual nossos conhecimentos passam por três estados diferentes:  o teológico, o metafísico e, por fim, o positivo, sendo os dois primeiros necessários para se alcançar o último.
  O estudo das proposições de Comte mostra, portanto, a importância ímpar deste no estabelecimento de métodos científicos empregados no presente, além de dar continuidade ao raciocínio iniciado por Bacon e Descartes.

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