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sexta-feira, 27 de abril de 2012

Estratificação social.


   Augusto Comte em sua teoria positivista buscava a compreensão das patologias sociais através da análise do real. Não lhe interessava buscar as causas mais íntimas, mas sim as leis que regem essas disfunções da sociedade. Segundo o positivismo a sociedade, assim como os fenômenos naturais, possui leis regulares que regem os fenômenos sociais, seguindo, assim, uma linearidade. Mantendo a linha de pensamento de Bacon, Comte propõe uma filosofia de ação, de intervenção social.
       A máxima positiva “Ordem e Progresso”, estampada em nossa bandeira, não esteve presente só nos períodos de ditadura Varguista e Militar; continua em nosso cotidiano. Para o filósofo francês, cada indivíduo possui seu devido lugar na divisão social. Se este mesmo indivíduo cumprir sua função corretamente a ordem será mantida e o progresso será atingido. Estas são as duas leis lógicas de Comte, a “estática”, a qual seria a manutenção da ordem, e a “dinâmica”, relacionada com a marcha efetiva do espírito humano; ou seja, o desenvolvimento.
       Entretanto, não haveria mobilidade de funções, cada um estaria designado a ficar em seu papel. Essa estagnação seria transmitida também aos descendentes, gerando assim uma sociedade “estratificada”. As revoltas populares podem ser associadas com essa impossibilidade de mudança; se todos são importantes para o bom funcionamento de uma organização por que há diferença de salários? Por que há preconceito da maior parte dos indivíduos com relação ao lixeiro e adoração ao médico? Nossos pensamentos também não estariam “estratificados”?
      Comte, portanto, estava correto ao afirmar que existem leis reguladoras da sociedade, pois, pelo caminhar das coisas, não será neste governo, nem no próximo, nem no próximo, que haverá possibilidade de mudança, mantendo assim a divisão social. 

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