Ao assistir ao filme Ponto de Mutação, de Bernt Capra (baseado no livro homônimo de Fritjof Capra) somos convidados a participar, infelizmente, apenas como espectadores da conversa de três personagens (um poeta, um ex-candidato à presidência dos EUA e uma Física) sobre temas filosóficos como a vida e a existência humana no planeta.
Com o desenvolver da película notamos o empenho de uma das partes da conversa (física) em elucidar e defender seu ponto de vista de que para a resolução dos problemas do mundo não basta analisá-los racionalmente e resolvê-los separadamente (método cartesiano), sendo necessária, assim, uma mudança na maneira como enxergamos o mundo (todos os problemas desse se resumiriam a uma questão de percepção), frente à parte oposta da conversa (ex-candidato a presidência), que aqui representa não só um indivíduo, mas sim a óptica patriarcal, catesiana e newtoniana hegemônica na maioria dos indivíduos a mais de dois séculos e através da qual se tem sacrificado e forçado os recursos naturais do planeta ao desaparecimento e à exaustão.
Contudo, somente quando a cientista apresenta ao ex-candidato sob que lentes ela promove que o mundo agora deva ser visto que percebemos o quão plausível e potencialmente aplicável é o método por ela defendido, a teoria holística, ou teoria dos sistemas, apresentado pela física, inclui todos os indivíduos em uma teia de conexões e relações que é a essência de estarmos vivos e supera a atual visão que se tem do planeta ao olhar para os sistemas vivos como um todo, provando que a essência da vida é a auto organização e nos ensinando que, utilizando uma metáfora apresentada no filme, na busca pela resolução dos problemas do mundo não devemos analisar as folhas, as raízes ou o tronco da árvore apenas, mas sim o todo, entendendo a natureza dessa.
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