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domingo, 7 de maio de 2023

Do chão de fábrica ao asfalto: aplicativos,trabalho e novas relações produtivas

  Durante o fim do século XX, o colapso de países do bloco socialista como a antiga União Soviética e a Iugoslávia fez de senso comum a ideia do marxismo como ultrapassado ou equivocado. Como exemplo, surge o livro ''The End Of History And The Last Man'' do filósofo estadunidense Francis Fukuyama, em que se afirmava que o ponto máximo da evolução humana estava na democracia liberal e no livre comércio e seus ideais, que assim serviriam de exemplo para as sociedades que ainda não teriam alcançado tal ponto. Dentre tantos erros, na questão econômica, é interessante ressaltar que logo após o advento da internet e sua popularização, as relações de produção mudaram e alteraram a sociedade, ampliando a dominação da burguesia, comprovando as teorias de Karl Marx.

  De acordo com as ideias do materialismo histórico dialético, desenvolvidas no livro a Ideologia Alemã, vários aspectos da humanidade como a cultura, a religião e até mesmo a consciência estão submetidas às condições materiais de produção atuais. No contexto contemporâneo, observa-se que as formas de trabalho com aplicativos como Uber e Ifood marcam uma nova evolução da sociedade em seu passo para outra mudança do capitalismo liberal, e por consequência, isso impacta até mesmo as ideias que permeiam as pessoas inseridas nesse modelo de trabalho, como foi referenciado no livro do sociólogo Richard Sennett ''A Corrosão Do Caráter'', em que se denotava o neoliberalismo e a instabilidade do trabalho como agente da decadência de valores como lealdade e compromisso, nota-se a semelhança no caso de aplicativos, onde os trabalhadores não conhecem mesmo seus chefes, e são vistos como ''empreendedores'' e não como operários, de forma a dominar a classe proletária através da alienação das pessoas.

  Enfim, é evidente que a análise marxista da sociedade não deve ser considerada como equivocada, dado sua contribuição para as ciências sociais através do método de análise material e de concepção do mundo que pode ser comprovada pela realidade dos fatos, ao invés de concepções idealistas que partem muitas vezes de concepções dogmáticas que pouco se traduzem no cotidiano vivido pelos integrantes da sociedade.


Aluno: Arthur Henrique da Silva e Silva

RA:231223341


  

  

  

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