Em sua obra clássica "As Regras do Método Sociológico", Émile Durkheim propôs a ideia de que a sociedade é um fenômeno distinto das pessoas que a compõem e que a consciência coletiva é um dos principais elementos que a mantém unida. Para Durkheim, a consciência coletiva é a soma total das crenças, valores e normas que uma sociedade compartilha e que são internalizados pelos indivíduos que a compõem.
Em primeiro, vale ressaltar que Durkheim argumenta que a consciência coletiva é um fator chave para entender a vida social e que é fundamental para manter a coesão social e o funcionamento da sociedade. Ele acreditava que, ao aderir às normas e valores da sociedade, as pessoas contribuem para a manutenção da ordem social e da estabilidade. O sociólogo também alertou para os perigos de uma consciência coletiva excessivamente forte, que pode levar à opressão e à restrição da liberdade individual. Além disso, também argumentou que a individualidade é uma parte essencial da natureza humana e que a sociedade deve encontrar um equilíbrio entre a coesão social e a liberdade individual. No entanto, a consciência coletiva não é estática. Ela está em constante evolução e mudança, refletindo os desafios e oportunidades que surgem em cada época.
Ademais, é interessante notar que, embora a consciência coletiva seja compartilhada por todos os membros de uma sociedade, ela também é moldada por grupos de poder e influência, como governos, empresas e grupos religiosos. Desse modo, é fácil perceber a consciência coletiva em ação em nossas vidas cotidianas. Por exemplo, o modo como as pessoas se vestem, falam, e se comportam em um determinado contexto social pode ser influenciado por um conjunto de normas sociais. Essas normas podem ser explícitas, como as leis e regras de uma sociedade, ou implícitas, como as expectativas de gênero e as normas de etiqueta. Sob essa perspectiva, consciência coletiva também desempenha um papel importante em questões mais amplas, como políticas públicas e direitos humanos como as mudanças na consciência coletiva da sociedade brasileira levaram a conquistas significativas no que diz respeito aos direitos LGBTQIA+, que antes eram negados e agora são reconhecidos por lei. Todavia, a consciência coletiva também pode ser um obstáculo para o progresso. Em alguns casos, a sociedade pode se apegar a crenças e valores ultrapassados, o que pode dificultar a mudança e a inovação. Por exemplo, a resistência à tecnologia e à globalização pode ser vista como um reflexo da consciência coletiva de algumas sociedades resistentes a inovação.
Portanto, o autor enfatiza a importância da consciência coletiva como um elemento fundamental da vida social. Ele argumentou que a compreensão da consciência coletiva era essencial para entender a sociedade e que a sua análise era uma tarefa central para a sociologia. Portanto, é importante continuar a estudar e a refletir sobre a consciência coletiva em nossas vidas cotidianas, a fim de compreender melhor a dinâmica da sociedade e trabalhar em prol de uma sociedade mais justa e equitativa.
Giulia Lotti Pupin, direito-noturno RA 231224761
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