“Eu
não consigo respirar” – última frase dita por George Floyd.
O
funcionalismo social proposto por Émile Durkheim admite os chamados “fatos
sociais” como mantenedores do estado normal da sociedade, sendo esses todos os
modos de agir exteriores e coercitivos ao indivíduo. Entende-se por estado
normal a situação em que a população se insere dentro dos costumes e das normas
pré-estabelecidas e aceitas socialmente ao longo da cronologia humana, tendo em
vista evitar o que viria a ser chamado de estado patológico.
Todavia,
não é só porque tal sociedade funcionalista se mantém intacta até os dias
atuais e conserva em si a determinação da consciência coletiva que ela é
totalmente correta ou, aliás, que é correta de qualquer forma que seja. Com a
leitura do texto contido no livro “Memórias de plantação: episódios de racismo
cotidiano”, denota-se como a voz de um povo pode ser silenciada não só de forma
quantitativa, mas também de maneira qualitativa, haja vista a desqualificação
acadêmica sofrida pela autora Grada Kilomba, além de todo o descrédito
apresentado por pesquisas, trabalhos e projetos propostos por estudantes
negros, sendo julgados como subjetivos, demasiadamente interpretativos e/ou
emocionais.
Ainda
diante do texto supracitado, pode-se inferir como esse silêncio converge
justamente para grupos marginalizados socialmente. Tal margem não se trata,
muitas vezes, de um lugar geográfico, mas sim de um substrato social para
transgredir formas de pensamentos retrógadas enraizadas socialmente. Com isso,
minorias são cada vez mais silenciadas, e tais minorias, grande parte das
vezes, não são, de fato, menores em número, mas sim em força de expressão e
poder representativo de fala.
À luz
do exposto, reitera-se a frase citada no início do texto de George Floyd (pouco
antes de ser assassinado por um policial nos EUA) e pode-se adicionar que não
somente ele não consegue respirar, mas todo o seu “grupo”, composto por
milhares de indivíduos negros, os quais são diariamente silenciados e sufocados
(tanto no sentido literal quanto metaforicamente) a fim de não quebrar a
engrenagem que gere a funcionalidade social e dá sequência a consciência
coletiva permeada ao longo dos séculos.
TEMA: "A consciência coletiva de cada dia"
Nome: Lucas Leite Silva de Oliveira - Direito (matutino)/ 1° semestre
RA: 231224516
Nenhum comentário:
Postar um comentário