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domingo, 9 de abril de 2023

Último suspiro das minorias negras


“Eu não consigo respirar” – última frase dita por George Floyd.

O funcionalismo social proposto por Émile Durkheim admite os chamados “fatos sociais” como mantenedores do estado normal da sociedade, sendo esses todos os modos de agir exteriores e coercitivos ao indivíduo. Entende-se por estado normal a situação em que a população se insere dentro dos costumes e das normas pré-estabelecidas e aceitas socialmente ao longo da cronologia humana, tendo em vista evitar o que viria a ser chamado de estado patológico.

Todavia, não é só porque tal sociedade funcionalista se mantém intacta até os dias atuais e conserva em si a determinação da consciência coletiva que ela é totalmente correta ou, aliás, que é correta de qualquer forma que seja. Com a leitura do texto contido no livro “Memórias de plantação: episódios de racismo cotidiano”, denota-se como a voz de um povo pode ser silenciada não só de forma quantitativa, mas também de maneira qualitativa, haja vista a desqualificação acadêmica sofrida pela autora Grada Kilomba, além de todo o descrédito apresentado por pesquisas, trabalhos e projetos propostos por estudantes negros, sendo julgados como subjetivos, demasiadamente interpretativos e/ou emocionais.

Ainda diante do texto supracitado, pode-se inferir como esse silêncio converge justamente para grupos marginalizados socialmente. Tal margem não se trata, muitas vezes, de um lugar geográfico, mas sim de um substrato social para transgredir formas de pensamentos retrógadas enraizadas socialmente. Com isso, minorias são cada vez mais silenciadas, e tais minorias, grande parte das vezes, não são, de fato, menores em número, mas sim em força de expressão e poder representativo de fala.

À luz do exposto, reitera-se a frase citada no início do texto de George Floyd (pouco antes de ser assassinado por um policial nos EUA) e pode-se adicionar que não somente ele não consegue respirar, mas todo o seu “grupo”, composto por milhares de indivíduos negros, os quais são diariamente silenciados e sufocados (tanto no sentido literal quanto metaforicamente) a fim de não quebrar a engrenagem que gere a funcionalidade social e dá sequência a consciência coletiva permeada ao longo dos séculos.

TEMA: "A consciência coletiva de cada dia"

Nome: Lucas Leite Silva de Oliveira - Direito (matutino)/ 1° semestre 

RA: 231224516

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