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quinta-feira, 17 de agosto de 2017

O quanto de fato se torna ato?

Enquadramento. Talvez essa seja o hábito social invariável no decorrer dos séculos, na pluralidade de espaços... Tudo deve ser enquadrado.
Cada fato, ato, agir e pensar em seu devido lugar, não só como partes da vivacidade orgânica do corpo social como coloca Durkheim, mas como peças de decoração se uma casa. A habitação social.
Não se trata de uma frigidez inabalável, mas talvez de pequenas possibilidades de mudança, adaptação gradual. Pode-se mudar de lugas, reformar; mas dificilmente se demole.
Assim se comportam as definições de padrões para os fatos sociais, conservando ordens, lentamente abrindo-se para as diferenças, mas... o quanto de tais fatos tornam-se atos?
Atos de repúdio, preconceito e intolerância... Exclusão pelos fatores mais diversos e... naturais? Pela simples expressão da sexualidade ou escolhas de círculo social. O coletivo engrandece sua maré inundando essa "habitação social", engrossando seu corpo pela corrente do senso comum.
Quais são os mais atingidos? 
As peças desajustadas.
Os componentes não homogêneos.
Aqueles móveis que não combinam com a decoração ou com os demais no espaço social. Ficam, então, fadados à escuridão, ao "quartinho dos fundos" donde são cobertos pelas amarras dos estereótipos. 
Anormais.
Anomalias.
Precisam de ajuste.
Devem se adaptar. Igualar.
Talvez a organicidade de Durkheim ainda não corresponda à realidade social atual, cabendo a nós não ignorar, mas reconhecer o condicionamento trazido pelo coletivo, na medida de impedir sua transformação em determinismo. 
Cortar as amarras de pré-conceitos faz-se necessário no mundo da simples conversão radical da ideologia à realidade vivida.
Adaptemo-nos nós mesmos e nossos supostos fatos-bem-ajustados.


Rúbia Bragança Pimenta Arouca
1º ano Direito diurno

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