A educação, em tese,
seria o ato de aperfeiçoar o intelecto do indivíduo, capacitar, emancipar. Vemos
cotidianamente campanhas dizendo como a educação é transformadora e, de fato, é.
Porém, até a melhor escola do país ensina algo que Émile Durkheim discorre na
sua obra acerca de fatos sociais: mudar o ser social, impondo regras que, aos
poucos, são interiorizadas e dotadas como normais.
Uniformes, disposição das
carteiras, sinal para a alimentação e sinais entre as aulas são apenas exemplos
de uma ideia de ordem que é embutida no interior da criança. Além disso, a forma
como os professores ensinam, a forma como o ensino é programado num todo faz
com que haja a imposição de visões e crescemos tendo comportamentos aos quais
não chegaríamos espontaneamente.
Querer ter boas notas,
entrar numa faculdade, escolher o que fazer pelo resto da vida, isso tudo foi
natural para você? Alguns acham que sim, outros entendem que foram arrastados
pela sociedade, pela família, pelo medo do desemprego. Crescemos e reproduzimos.
Reproduzimos um modelo coletivo, criado pelo fluxo e a acomodação às regras que
nos fazem crer que alguns sentimentos são frutos da nossa própria elaboração. Os
condicionamentos que nos foram dados de haver tempo para tudo: estudar, casar,
ter filhos é fruto de uma internalização de uma concepção não natural de certo
e errado.
Durkheim acredita que a
sociedade se organiza para ela mesma, o equilíbrio para evitar a anomia, a
ruptura da ordem e a fratura das normas, é a maior preocupação que o direito
tem. Portanto, padronizar o comportamento é o que a sociedade faz para si em
que a origem coletiva, vida comum, determina a “sincronia” das ações. A
educação é necessária, enfim, para que a ordem social permaneça, a ideia de
educar para transformar é contraditória, segundo Durkheim.
Rayra Faria, 1º ano Direito
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