É fato social toda maneira de
fazer, fixada ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção
exterior, ou ainda, toda maneira de fazer que é geral na extensão de uma
sociedade dada e, ao mesmo tempo, possui uma existência própria, independente
das manifestações individuais. Nestas palavras de Durkheim, encontradas em seu
livro “As regras do método sociológico”(1895) estão o cerne de suas ideias
acerca de seu Funcionalismo, teoria proposta pelo autor , o qual observa as
ciências sociais em processos e funções, e procura compreender as relações
existentes entre seus componentes. Ou seja, procura estabelecer uma lógica de enfoque
funcional para o estudo dos fenômenos sociais.
Indo em paralelo com Conte, o
filósofo francês também acredita na prevalência da sociedade como fator chave
para a sua analise. Tal método se disseminou nas ciências sociais e na
psicologia, e ainda ocupa papel importante na ciência contemporânea. Outra aproximação
com o positivista é que o estabelecimento de que fato social deve ser visto como “coisa”
remete ao primeiro. Porém, há uma diferenciação entre eles , e esta consiste no fato de que o defensor do
capitalismo vê o progresso como sentido de toda a historia humana,
esquecendo-se de que “o que existe, a única coisa que realmente é oferecida á
observação, são as sociedades particulares que nascem, se desenvolvem , morrem,
independentemente umas das outras”.(DURKHEIM, As Regras do Método Sociológico,
1985).
Nesse ínterim, o pensador se
posta como total defensor da neutralidade na observação dos fatos, de modo a
estabelecer conexões entres os fenômenos e conferir-lhes forma de lei. Para
isso, tal análise deve ser imparcial, objetiva, onde deve haver a preponderância
do intelecto e os fatos devem ser realmente tratados com coisas. Uma vez que, assim como
já prenunciava Bacon no combate aos Ídolos da Mente, as pré-noções obstaculizam
a busca pela verdade. Tal ideal se opõe a teoria etnocêntrica do século XVI, a
qual considerava que a civilização europeia apresentava o melhor exemplo de
sociedade e desenvolvimento, e , por isso deveria levar isto á outras civilizações
que ainda não atingiram este grau, as ditas civilizações barbaras; desconsiderando
, assim, a ideia do relativismo cultural e contaminando os valores próprios das
outras sociedades.
Além disso, é necessário
verificar também as características do fato social: generalidade, exterioridade
e coerção. Esta ultima diz respeito á uma força imperativa que se impõe á
todos. Isto associa-se diretamente a ideia de uma consciência publica .No
brasil, exposto singularmente no que diz respeito á moral e á religião. Onde
embora pareça reinante a liberdade de culto e de expressão , certamente é sabido
por todos a prevalência da religião católica e do repugno á atos não aceitos
pela moral e pelos bons costumes tradicionais. Por este motivo, alguns consideram-no punitivo ao observar esta representação.
Desse modo, o francês também
delega o papel da educação em formar o ser social, incutindo-lhe regras que ,
aos poucos, seriam interiorizadas, impondo visões e ideologias aos indivíduos.
O que reproduz a educação atual e se afasta de um modelo ideal de aprendizagem
, onde as crianças deveriam ser levadas a fomentar o debate, a analise critica
e a criação de suas próprias opiniões ; de modo a se tornarem adultos
conscientes e harmonizados com a sociedade ao seu redor.
Maria Izabel Afonso
Pastori-1°Ano-Direito Noturno.
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