É comum classificarmos
a sociedade atual como cartesiana. Sociedade esta que busca incessantemente por
respostas racionais e objetivas a respeito de tudo que acontece a nossa volta.
No entanto, não se pode afirmar que nossos julgamentos a respeito dos
acontecimentos sejam desprovidos de um caráter subjetivo criado a partir do
contexto que cada indivíduo está inserido.
Essa
teoria, que anula a possibilidade de um julgamento ser puramente objetivo,
contraria aquilo que Descartes classifica como julgamento cartesiano, ou seja,
puramente lógico e racional. Contudo, o próprio autor, ao tentar provar a
existência de um ser superior – Deus - baseado em sua própria lógica, demonstra
a carga subjetiva desse julgamento.
Além
disso, o mesmo autor, ao dizer que a variedade de opiniões se justifica pelos
diferentes caminhos tomados a respeito de um assunto, deixa a ideia de que a
subjetividade é intrínseca ao ser humano. Sendo assim, não seria correto
afirmar que a objetividade depende da subjetividade de cada um? A questão então
seria: até que ponto nossa carga subjetiva influencia nossas respostas?
José Eduardo de
Andrade Filho
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