Em "Manifesto do Partido Comunista", Karl Marx e Friedrich Engels discutem o estabelecimento do regime socialista como transição para o regime comunista. Depois de esclarecer a deturpação de sua teoria no cenário político da Europa já ao fim do século XIX, discutem a luta de classes como "motor da história". Defendem que dominante e dominado entram em conflito até que haja uma transformação revolucionária (Revolução Francesa) ou a ruína de ambas (plebeus e patrícios da Roma Ocidental). O capitalismo, para os autores, apenas mudou as classes - o conflito continua, aprofundado nas formas de luta. O capitalismo tem como origem o declínio do feudalismo. Mas seu desenvolvimento transformou a divisão do trabalho, a sociedade e a política, adaptando-os todos ao mercado capitalista. Para manter-se, o capitalismo tem de sempre renovar-se, e acabou impressionando a sociedade ao realizar construções maiores que quaisquer outras vistas na história. E ao valorizar (no sentido puramente econômico) o trabalho, a burguesia destituiu de sentido qualquer vínculo entre os homens que não seja o de interesse - destruiu-se a religião, a hierarquia social e o mérito pessoal.
Por conta da dissolução de "sentido" do trabalho e das relações interpessoais, do aumento da grande massa de trabalhadores explorados e da criação de uma necessidade supérflua de luxo, Marx e Engels afirmam que a burguesia criou seu próprio fim: trabalhadores explorados com desejo de poder material e político.
Os autores defendem também que as maiores vitórias dos trabalhadores não serão aquelas pontuais (aumentos de salários e aquisições de direitos trabalhistas, por exemplo), mas sim a união cada vez maior entre eles. Até mesmo por conta dos meios de comunicação, que pelo próprio progresso capitalista serão muito desenvolvidos, essa união do proletário permitirá, na visão dos autores, que consiga seu objetivo final: tomar o poder e acabar com a desigualdade.
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