Adriano
buscou Elise às 9h do sábado. Estavam felizes por que iriam
escolher os tipos de doce que seriam servidos no dia de seu casamento. A
cerimonialista os acompanharia, já que a escolha dos doces determinaria a
elegância da festa, ou não, e eles não deveriam deixar passar tal oportunidade
de tornar sua festa de casamento algo inesquecível para todos. Chegaram à
cozinha industrial do buffet que escolheram e foram recebidos pela proprietária
do mesmo, com muita simpatia. E lá vieram os doces! Elise e Adriano ficaram
encantados... coloridos, com confeitos diferentes, de diversos formatos e
tamanhos. E começaram a provar. A proprietária do buffet e a cerimonialista
indicaram que eles deveriam escolher sabores alternados, azedos, doces e neutros,
pois isso não saturaria o paladar dos convidados. O casal de noivos se espantou
com a enorme variedade de sabores. Ambos haviam crescido comendo brigadeiro e
beijinho caseiros, feitos por eles mesmos na cozinha de casa, ou por seus
familiares. No máximo, comprados na padaria da esquina. Mas ali no buffet,
resolveram seguir as dicas das experientes profissionais, pois depois de tantas
provas, não tinham qualquer certeza. E se escolhessem errado? O que diriam os
convidados? Ficariam ofendidos por esse descuido? Esse doce era elegante? E
aquele era azedo o suficiente? E a textura? E as cores? Depois de definirem
cinco tipos diferentes, foi necessário aguardar os cálculos de quantidade
feitos pela simpática banqueteira. Afinal, se fossem em quantidade inadequada,
eles poriam tudo a perder. Ao terminarem, se deram conta de que já eram 12h.
Haviam passado toda a manhã de sábado no buffet! Mas tinham feito planos de
caminhar na praça, dar banho em seu cachorro e passar na casa de amigos para
conversar um pouco. Tudo fora tão detalhista e difícil, que o tempo voara! Elise
comentou com Adriano que ela estava muito satisfeita com a escolha, mas que
tinha a impressão de que esquecera algo. Adriano espantou-se. E disse que tinha
a mesma percepção, mas não conseguia discernir o que podia estar errado.
Afinal, a cerimonialista e a proprietária do buffet haviam sido excelentes.
Talvez fosse o longo tempo passado longe da manhã de sol. Nada mais. Ou talvez
o valor elevado dos doces, que havia surpreendido o casal. Somente em doces,
eles já estavam ultrapassando o orçamento previsto. E ainda faltavam tantas
coisas! Ambos percorreram o caminho de volta para a casa, calados. Ao
chegarem, almoçaram e foram, ambos ao mesmo tempo, preparar um delicioso
brigadeiro de colher, que comeram com grande prazer, e que diluiu um pouco a
estranha sensação daquela manhã...
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