Um verdadeiro manifesto, diga se de passagem. O escrito de Marx, intitulado “manifesto comunista”, é uma fervorosa crítica e analise da sociedade daquele tempo, junto ainda com uma mensagem ao proletariado e aos comunistas para a união em uma futura luta.
Todavia, o texto é uma exposição detalhada da opinião marxista sobre revolução industrial, capitalismo, luta de classes e expansionismo.
Um dos pontos mais aprofundados se dá sobre essa máquina desgovernada chamada “capitalismo industrial”. Na opinião do autor, ela age como se fosse um trem descontrolado, nem a própria burguesia, criadora da criatura, consegue controla-la, quanto mais freá-la. Após nascer, ela irá rumar sozinha, em um árduo movimento expansionista, que por fim irá englobar todo o mundo, em todos os aspectos, contaminará todas as pessoas, penetrará dentro de todas as relações, moldando-as a sua forma.
Mas porque isto ocorre, dentro de um ver mais genérico, seria a própria forma econômica do capitalismo a culpada. Posteriormente a industrialização, a economia entra em um processo extremamente expansionista, já que a produção também se expande. Uma nova época é fundada, onde a superprodução agora é o problema, não mais a falta. As relações de trocas têm que sempre estarem aumentando. A produção aumenta, independentemente de haver ou não mercado para absorver, isto é impulsionado pela ferrenha concorrência. Mais e mais produtos são feitos, em maiores quantidades e mais rápidos.
Nesse contexto, de constante crescimento da produção, a expansão econômica, também constante, é a única solução. Buscar novos mercados, explorar ao extremo antigos, tornasse essencial para a continuidade da economia. Assim, a própria fundadora do capitalismo industrial, a burguesia, vira refém da própria criação. Nem ela mesma consegue controlar esse movimento.
É onde se encontra um dos grandes problemas para Marx. O capitalismo industrial não se contenta em apenas produzir, vender e lucrar; ele vai além, ele tem que expandir, aumentar, sempre. Só quando cresce é que se entende que tudo vai bem. Então, por conseqüência dessa desesperada alçada para maior, ele vai degradando tudo o que se encontra pelo caminho. Os trabalhadores são levados cada vez mais ao extremo, os mercados são inundados mais e mais com produtos, as propagandas tentam convencer a todo custo o consumo, buscam-se novos mercados, mesmo que para isso tenha de haver guerras, a natureza é devastada de modo predatório, em ritmo acelerado, as relações humanas passam a ser simples peças dentro do sistema, etc.
O “monstro” passa a se guiar sozinho, sem freio, sem controle, em uma ação que não há mais volta. Tragando tudo em volta.
Marx não enxerga um fim para isto, será constante, é uma característica da nova fase econômica e produtiva da humanidade. Crescerá até onde a própria barreira física deixar, e quando não puder mais fazer isto, todo o sistema entrará em colapso.
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