Max Weber pode ser considerado o pensador mais importante do século XX, no campo das Humanidades. Exerceu papel destacado na história da Alemanha, enquanto um defensor dos ideais e preceitos democráticos. Max Weber vivenciou períodos em que a ciência mostrou-se limitada, parcial e, muitas vezes, atrelada aos interesses de classe ou de Estado. Assim, não mais acreditava que o homem pudesse conhecer a realidade de forma objetiva. O conhecimento não seria expressão fiel e objetiva do existente, mas apenas uma espécie de comentário, crítico e sistemático, a seu respeito. Em sua opinião, poderíamos explicar a realidade apenas parcialmente.
Weber realiza uma crítica à ideia determinista de ciência. Ao invés de se guiar pelas determinações econômicas, a sociologia deveria se guiar pelos valores, e seria utilizada para compreender e não para moldar. Dessa forma, Weber se distancia do materialismo histórico de Marx, e sugere uma separação entre ciência e política.
Para Weber existem múltiplas e infindáveis formas de interpretação do real, e não é possível estabelecer, cientificamente, qual teoria é mais decisiva para se compreender um determinado fenômeno social. Assim, a sociedade e a vida humana não são produzidas a partir de fatores isolados, tais como o fator econômico, ou o fator político, cultural, etc. Na visão weberiana, o homem jamais deixará de ter de procurar explicar o real sob as mais diversas formas e métodos, mesmo sabendo não ser alcançável a sua verdade.
Max Weber procurou demonstrar que nenhum processo social poderia ser explicado apenas por um determinado fator. Acreditava que o marxismo, pelo menos em sua versão vulgar, reduzia tudo ao fator econômico; e queria demonstrar que havia outras possibilidades de explicação do capitalismo. Acreditava, ao mesmo tempo, na importância das ideias, crenças e valores individuais e sociais, enquanto elementos constitutivos e necessários para que se pudesse compreender, de maneira, menos unilateral, todo e qualquer fenômeno social.
De acordo com Weber, o objeto de estudo da sociologia seria a ação social. Os homens agem na história motivados por valores, crenças e interesses, que criam os múltiplos sentidos do existente. Os próprios intérpretes de tais ações sociais possuiriam as suas particularidades, motivações e crenças, que participariam, ainda que inconscientemente, do processo de construção do conhecimento.
Conhecer a ação social é perfazer ou reproduzir razoavelmente o seu itinerário; aprendendo os seus vários sentidos e significados; reproduzindo, na medida do possível, uma certa trajetória existencial e social. Por esse motivo, não existirá espaço na teoria weberiana para a ideia de imparcialidade, ou ainda, para a noção de objetividade plena.
Weber não acreditava ser possível captar em pensamento certos “pedaços” ou fragmentos do real, para que depois, a depender da perspicácia do investigador, pudessem ser “colocados”, no plano ideal ou abstrato, produzindo dessa maneira, uma certa visão, mais ou menos completa, complexa e verdadeira da realidade. Propunha então, a criação de “tipos ideais”, enquanto estratégia de capitação do sentido ou significado da ação social. O tipo ideal é também um produto de criação ou elaboração mental, informada na medida do possível pelos dados do real, mas não pretende ou busca existir enquanto reprodução ou cópia fiel da realidade mesma.
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