O Positivismo,
corrente sociológica do século XIX, criada pelo filósofo francês Auguste Comte,
tem como característica descrever o desenvolvimento das sociedades sob a ótica
de certos valores que o autor considera elementos centrais de sua visão a ordem
e o progresso. Comte, procura estudar a sociologia como uma ciência exata, para
isso ele se utiliza apenas de experimentações e assim tenta se equiparar à
física e a matemática, tentando criar um modo único de se estudar a sociedade,
não compreendendo o fenômeno social como algo diverso, nem as variáveis de todas
sociedades ao longo da história.
Com isso, o
Positivismo tem uma perspectiva totalmente limitada sobre o desenvolvimento das
sociedades, por ter essa ideia de que todas as sociedades vão chegar ao mesmo
tipo de organização social. Nesse sentido o mundo atual, composto de uma
pluralidade social e cultural se opõe a lógica positivista. Mas, infelizmente,
muitos ainda acreditam nesse pensamento retrógrado e desenvolvem análises
totalmente equivocadas sobre a realidade.
Um exemplo disso é texto “Mentiras Gays”,
do escritor brasileiro Olavo de Carvalho, no qual o autor “explica” a
homossexualidade de uma maneira absurdamente desrespeitosa e não condizente com
a realidade, utilizando argumentos extremamente apelativos como relacionar a
sexualidade de certos personagens históricos (tiranos como Calígula) com a suas
ações deploráveis. Além disso, Olavo fala que as minorias como os gays não precisam
de direitos específicos, pois eles são humanos como todos os outros e já tem
seus direitos positivados por convenções internacionais e constituições, porém
o mesmo se abstrai da realidade na qual está inserido e incapaz de perceber o
preconceito histórico que tal grupo sofre, impossibilitando que esses indivíduos
usufruam plenamente de seus direitos e ignora dados como o do Grupo Gay da Bahia,
que revela a assustadora estatística de que a cada 23 horas o Brasil registra
uma morte LGBT, pelo simples fato da vítima não pertencer ao padrão hétero
normativo.
O autor também estabelece
uma escala de importância entre os tipos de relacionamentos classificando o
homossexual como menos importante, por este não garantir a sobrevivência da
espécie, mostrando mais uma vez uma imensa falta de caráter e o seu total
desrespeito com essas pessoas por classificar o sentimento destas como algo
inferior e prejudicial para a sociedade. Por fim, o discurso de Olavo se mostra
totalmente equivocado e pautado em argumentos não condizentes com a realidade
vigente, que apenas expressam o seu desvio de caráter e sua visão míope dos
fenômenos sócias.
Lucas Passos Duran Netto 1ano-direito diurno
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