A busca pela verdade é um dos
propulsores da racionalidade inerente ao ser humano. A história da humanidade é
marcada pela busca do “conhecer”. Em sua trajetória pela Terra, o ser humano,
aliado ao tempo e espaço nos quais está inserido tende a buscar a resultados
cabíveis ao que entende por verdade, e, por conseguinte, a verdade como fim em
si mesma.
Rene Descartes, dentre outros títulos,
foi um filósofo do século XVII que em sua passagem pelo mundo buscou organizar
um método de busca da verdade, para ele plena e absoluta. De acordo com seu
entendimento, Descartes idealizou um método de sistematização do conhecimento
configurado pela compartimentalização dos variados temas e objetos que nos
rodeiam, como a física, a matemática, a filosofia e assim por diante.
Este método é, porém, contestado no
filme “O ponto de mutação” sob à ótica da intensa separação de matérias dentro
da analogia da análise das peças de um relógio e não este como um todo. No
filme, esta visão de sociedade é criticada por uma cientista, uma vez que não
abrange uma visão holística da sociedade, de forma global, contextualizada, mas
sim compartimentalizada.
A análise segregada da sociedade, de
temas de estudo, de busca por uma verdade absoluta leva, em determinados casos,
à expansão de doutrinas totalitárias como se observa com o crescimento de
pensamentos neofascistas no mundo atual. Com base em lemas totalitários do
passado, como a eugenia, esses grupos se apoiam justamente na busca intolerante
pela verdade absoluta, sem um aprofundamento de temas complexos e de forma
segregacionista no âmbito social.
Por fim, cabe ressaltar a necessidade de
coibir a intolerância, de não tolerar o intolerante, pois a convivência salutar
preconiza diversidade de ideias, de culturas, de formas de ser, não restando
espaço apenas àquele que refuta tais princípios inerentes ao Estado Democrático
de Direito.
Marina Christensen
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