Na evolução dialética do mundo material, psíquico e social,
cada período ou momento histórico possui certo conjunto de verdades que se
edificam, se estruturam e se extinguem. (WOLKER, 2012, p.115)
Baseado nisso, o século XIX ficou marcado pela consolidação do
capitalismo que, por meio da revolução industrial, trouxe um “conjunto de
verdades” edificadas pelas relações de trabalho e seu modo de produção. A
questão de como o capitalismo influenciou a sociedade da época foi a grande preocupação do filósofo e teórico
alemão Karl Marx que, juntamente do inglês Engels, criou o socialismo científico.
Esse socialismo proposto, basicamente, consiste na extinção
da propriedade privada, devendo ser esta, para Marx, uma apropriação do Estado.
O controle da propriedade pelo Estado traria o fim da mais-valia – grande
causadora da desigualdade – e assim, o proletariado deixaria de viver sob
condições subumanas e mecanizadas para assim obter a tão sonhada igualdade.
Apesar de algumas tentativas históricas, sabe-se que o sistema
proposto exatamente como Marx pretendia nunca fora de fato implantado. Mas
então, se implantado hoje, funcionaria? Não. Primeiramente, como classe social
dominadora, a burguesia não aceitará dividir o que lhe foi “conquistado” com
grande suor – do trabalhador. Segundo, a maioria dos indivíduos da sociedade
hodierna está acostumada com o sistema capitalista, mesmo que os trabalhadores
vivam em condições desiguais em relação ao seu patrão, a mudança, muitas vezes,
é vista como algo negativo, uma vez que retira o status quo. Para o trabalhador
que tem sua rotina, sua moradia e sua comida mudar pode ser perigoso, o que já
impossibilitaria a ditadura do proletariado – etapa proposta por Marx como
essencial para atingir o socialismo.
Por fim, deve-se entender que o problema não está em qual sistema deva ser utilizado para acabar com a exploração e sim nos homens que o conduzem.
Por fim, deve-se entender que o problema não está em qual sistema deva ser utilizado para acabar com a exploração e sim nos homens que o conduzem.
Assim, nada adiantaria implantar o socialismo se todos os
indivíduos não mudassem seu modo de pensar, analisar e viver o mundo. Mesmo que
a exploração findasse, a igualdade fosse estabelecida e os homens vivessem
livres, o homem continuaria dotado de paixões que não o deixariam viver de
forma igualitária, já que a ganância e inveja estariam presentes.
Conclui-se então que, antes de mudar o sistema, deve-se
mudar a consciência dos indivíduos. Se, por exemplo, os donos do meio de
produção abdicassem da parte exorbitante de seus lucros a favor do trabalhador,
o capitalismo poderia ser mais justo e a classe proletária teria condições mais
dignas. Nesse sentido, entende-se a importância de Marx ter abordado e criado
certos conceitos sobre o capitalismo existente, ter buscado soluções e ainda
que o seu sistema seja inviável, a sua contribuição para o entendimento da
sociedade foi essencial para que mudanças positivas pudessem ser realizadas.
Leonardo Borges Ferreira - 1 ano direito noturno
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