Sociedade contemporânea: o homem
produz sem fim definido – em abstrato – produz algo que não sabemos o que é e
muito menos para que serve, apenas vendemos nossa forca de trabalho em troca de
um reconhecimento financeiro para conseguir ter uma vida decente. Isso é
normal, e não deveria ser. Percebe-se que, com o passar dos anos, os homens se
tornaram cada vez mais “mecanizados”, parecendo maquinas. Alem disso, também percebe-se
sua limitação, uma vez que, por exemplo, numa empresa, a pessoa que trabalha no
call center é responsável única e exclusivamente por seu cargo e não sabe o que
acontece no todo, sendo que as funções deveriam se interligar e o trabalhador
ter noção do que faz e sua importância em determinado local.
A contradição do sistema se
encontra no aumento dos meios de produção, minorias se tornando ricas, ostentação,
luxo, mansões, carros e junto a isso, o aumento da desigualdade social, da
pobreza, fome, miseria. Para engels, isso é algo incompreensível, alem de ser
uma ruptura na sociedade contemporânea, uma vez que nunca houve discrepâncias tão
gritantes – não faz parte da ordem natural, sendo que é uma “escassez planejada”,
concluindo que o capitalismo é um sistema egoísta e excludente. As
desigualdades sociais são uma contradição gritante em quase todos os países globalizados
hoje em dia, nota-se os EUA e os países africanos, enquanto um pais aprova o
casamento gay em todos os seus estados, os outros tratam o homossexualismo como
pena de morte.
A fixação na perspectiva de produção
ocorre porque o trabalho faz parte da ontologia do ser social, ou seja, é
inerente ao ser humano. Produz espaço, riqueza, vida política e social, é um
imperativo, é a estrutura para compreender o sistema vigente. O materialismo dialético
dá condições reais e materiais de existência, tudo se correlaciona a produção. Essa
dialética materialista busca a causa, que é a experiência histórica, uma vez
que “a historia natural é o espelho da dialética”, o real é a
base da analise cientifica (via puramente empírica de se chegar ao
conhecimento, uma vez que a resposta para os males de qualquer época não esta
nas idéias, mas na própria historia).. Devemos compreender transformações,
enxergar além das mudanças materiais e compreender o que a história trouxe de
realidade nova, é a perspectiva de vontade de mudança e evolução social.
A vida esta em constante dinâmica,
as relações sociais mudam e a idéia das contradições esta bem clara. O
socialismo é, então, para Engels, um percurso incontornável da historia; é um
produto necessário da luta entre as duas classes formadas historicamente: o
proletariado e a burguesia. A mais-valia é algo muito injusto na realidade dos
meios de produção, uma vez que nota-se a injustiça e desigualdade nos modos de distribuição
da renda, sendo que o burguês empregador fica com a maior parte do lucro,
deixando apenas uma pequena porcentagem com o trabalhador. Ainda bem que, graças
à dialética social, surgiu o descanso remunerado e mais leis em favor da classe
trabalhista. Para Engels, as causas profundas das transformações de cada época devem
ser buscadas no modo de produção e de troca e cada época, nota-se ai a “primazia
do econômico diante das idéias, política e cultura”. Para superar o modo de produção
capitalista, é necessário compreender as forcas produtivas a fim de buscar sua racionalização.
Ao conhecer a essência e a natureza dessas forcas, o socialismo pode transformá-las.
mariana de arco e flexa nogueira - direito noturno 1 ano
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