O materialismo (histórico)
dialético é um método científico que visa analisar a verdade social a partir de
determinadas premissas, não podendo ser definido como uma discussão meramente
política. É, portanto, uma filosofia com possibilidade para a prática. Dentro
da filosofia marxista, acredita-se que os fenômenos materiais possuem
movimento, seria o movimento a partir do concreto. Esse movimento contraditório
do real é expresso na dialética, que consiste em uma metodologia, onde um fato
x (tese: afirmação) se encontra em contradição ou complementação a um fato y (antítese:
negação), o que leva a um resultado, conhecido como síntese, que seria a negação
da negação, um resultado em movimento, visando transformar radicalmente a
sociedade.
Ademais, no contexto de
Marx e Engels, o materialismo (realidade prática e fatos concretos) seria a
Inglaterra do século XIX; o histórico pode ser visto na continuidade dos fatos,
ou seja, o que existe hoje é conseqüência do que ocorreu antes.
Há mais de um século, Marx
e Engels já falavam de um capitalismo global. O início se encontra no Período
Antigo, onde os homens livres seriam a tese, e a negação era representada pelos
escravos, ou seja, a antítese, o que levaria a uma síntese, o sistema econômico
feudal e escravagista. No Feudalismo, a tese seria o senhor feudal, em oposição
ao servo, ou seja, a antítese, formando assim o sistema econômico capitalista,
que seria a síntese. Em seguida, no Capitalismo, a burguesia representaria a
tese, o proletariado representaria a antítese, e segundo eles, o comunismo
seria a síntese, ou seja, a etapa fina dos sistemas econômicos de produção,
onde não haveria distinção de classes sociais.
Apesar da sociedade
comunista não ter advindo, houve o surgimento de uma nova classe, a classe
média, preocupada em fazer parte do mundo capitalista, ou seja, preocupada com
o lucro. Observamos assim, que o homem deixa de trabalhar para sobreviver e
passa a trabalhar para o mercado, em abstrato. Além disso, verifica-se um
processo conhecido por “mais valia”, que pode ser definido sinteticamente pela
diferença entre o valor produzido pelo trabalho e o salário pago ao
trabalhador, que é apropriado pelo capitalista, extraído na produção e finalizado
na esfera da circulação.
Podemos observar no trecho seguinte da música “Geração
Coca-Cola” da banda Legião Urbana, as conseqüências provocadas pelo capitalismo:
Quando nascemos fomos programados
A receber o que vocês
Nos empurraram com os enlatados
Dos U.S.A., de 9 às 6
A receber o que vocês
Nos empurraram com os enlatados
Dos U.S.A., de 9 às 6
Desde pequenos nós comemos lixo
Comercial e industrial
Mas agora chegou nossa vez
Vamos cuspir de volta o lixo em cima de vocês
Comercial e industrial
Mas agora chegou nossa vez
Vamos cuspir de volta o lixo em cima de vocês
Somos os filhos da revolução
Somos burgueses sem religião
Somos o futuro da nação
Geração Coca-Cola
Somos burgueses sem religião
Somos o futuro da nação
Geração Coca-Cola
Na obra “Do Socialismo Utópico ao Socialismo
Científico”, Engels discute sobre o modo de vida capitalista, e perpassa várias
correntes socialistas, abordando também o socialismo científico formulado por
Engels e Marx, onde haveria a possibilidade de revolução se valendo do
materialismo dialético para compreender a dinâmica social que está em constante
transformação.
Amanda Barbieri
Estancioni
1º ano - Direito matutino
Introdução à sociologia - Aula 07
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