No livro Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico, Engels explica que o Socialismo do passado tinha sido utópico - mantendo a crença em quando numa sociedade todos o compreendessem e nele acreditassem. Engels escreveu, "... Os Utópicos tentaram evoluir a partir do cérebro humano. A sociedade apresentaria apenas erros; eliminá-los era tarefa da razão. Era então necessário descobrir um novo e mais perfeito sistema de ordem social e impô-la à sociedade a partir de fora com propaganda, e, sempre que possível, pelo exemplo de experiências modelo.". Porém, ele não deu certo, porque o socialismo verdadeiro deve ser desenvolvido apartir da ciência e não da cabeça de alguns homens iluminados.
O socialismo efetivo não é a descoberta casual de tal ou qual intelecto genial, mas fruto do estudo da concepção materialista da história, um produto necessário da luta entre as duas classes formadas historicamente: o proletariado e a burguesia. Sua missão já não era elaborar um sistema o mais perfeito possível da sociedade, mas investigar o processo histórico econômico de que, forçosamente, tinham que brotar essas classes e seu conflito, descobrindo os meios para a solução desse conflito na situação econômica assim criada, o que ficou mais fácil com a descoberta da mais-valia.
O socialismo moderno é, em primeiro lugar, por seu conteúdo, fruto do reflexo na inteligência, de um lado dos antagonismos de classe que imperam na moderna sociedade entre possuidores e despossuidos, capitalistas e operários assalariados, e, de outro lado, da anarquia que reina na produção. Ele destina-se a pesquisar as condições históricas e, inspirar assim à classe chamada a fazer essa revolução, à classe hoje oprimida, a consciência das condições e da natureza de sua própria ação.
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