Ditadura Social
“E é meio engraçado como você acha que fez uma escolha que te exclui da indústria da moda, quando, na verdade, você está usando um suéter que foi selecionado para você pelas pessoas nesta sala entre uma pilha de coisas.”(O Diabo Veste Prada)
Segundo
Durkheim, fato social “é todo aquele que independe do indivíduo e tem como
substrato o agir do homem, de acordo com as regras sociais.” Assim, o homem é
instruído a reproduzir um modelo coletivo de comportamento através de regras
sociais coercitivas e que, caso sejam desobedecidas, trazem-lhe sanções dentro
de seu meio social. Exemplo disso é a indústria da moda, que dita padrões coletivos
e exclui a possibilidade de individualidade entre aqueles que desejam ser
aceitos dentro da sociedade.
Diariamente, padrões de estética, roupas e modos
adequados de comportamento são criados, forçando homens e mulheres a aceitá-los
caso queiram receber uma aprovação dentro de seus grupos sociais. Exemplo disso
é colocado no filme “O Diabo Veste Prada”, em que a personagem principal
transforma sua aparência e seus hábitos para se adequar ao meio e acaba
perdendo sua essência, o que a transforma em apenas mais um produto da ditadura
social. Esta, além do mundo ocidental, mostra-se presente em diversas culturas,
como a muçulmana, por exemplo, em que as mulheres vestem-se de modo padronizado
para demonstrar respeito à religião praticada e pela imposição que lhes é
acarretada de acordo com as leis de cada país.
Há,
contudo, aqueles que se arriscam e decidem viver de maneira autêntica e livre
de imposições. Estes, rapidamente, transformam-se em párias. Caso esse o da
universitária Geisy Arruda, estudante universitária que ocasionou um furor
dentro do estabelecimento de ensino ao utilizar roupas consideradas inapropriadas,
sendo hostilizada e,futuramente, expulsa da própria universidade.Com isso demonstra-se a força do fato social,que estabelece medidas punitivas em prol de restabelecer a norma.
O fato social está, portanto, presente na sociedade de
uma maneira tão enraizada que é improvável que se lhe escape. O caso da moda e
de outros padrões comportamentais são exemplos nítidos desse fato, ao
reproduzirem um modelo que visa à sincronia das ações levando ao “estado da
alma coletiva”, citado por Durheim. Isso, porém, demonstra ser algo perigoso, pois
dentro dessa ditadura não se admite diferenças, o que leva facilmente ao ódio e
a exclusão social.
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