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segunda-feira, 15 de junho de 2015

                              Ditadura Social

“E é meio engraçado como você acha que fez uma escolha que te exclui da indústria da moda, quando, na verdade, você está usando um suéter que foi selecionado para você pelas pessoas nesta sala entre uma pilha de coisas.” 
(O Diabo Veste Prada)

   Segundo Durkheim, fato social “é todo aquele que independe do indivíduo e tem como substrato o agir do homem, de acordo com as regras sociais.” Assim, o homem é instruído a reproduzir um modelo coletivo de comportamento através de regras sociais coercitivas e que, caso sejam desobedecidas, trazem-lhe sanções dentro de seu meio social. Exemplo disso é a indústria da moda, que dita padrões coletivos e exclui a possibilidade de individualidade entre aqueles que desejam ser aceitos dentro da sociedade.
   Diariamente, padrões de estética, roupas e modos adequados de comportamento são criados, forçando homens e mulheres a aceitá-los caso queiram receber uma aprovação dentro de seus grupos sociais. Exemplo disso é colocado no filme “O Diabo Veste Prada”, em que a personagem principal transforma sua aparência e seus hábitos para se adequar ao meio e acaba perdendo sua essência, o que a transforma em apenas mais um produto da ditadura social. Esta, além do mundo ocidental, mostra-se presente em diversas culturas, como a muçulmana, por exemplo, em que as mulheres vestem-se de modo padronizado para demonstrar respeito à religião praticada e pela imposição que lhes é acarretada de acordo com as leis de cada país.
   Há, contudo, aqueles que se arriscam e decidem viver de maneira autêntica e livre de imposições. Estes, rapidamente, transformam-se em párias. Caso esse o da universitária Geisy Arruda, estudante universitária que ocasionou um furor dentro do estabelecimento de ensino ao utilizar roupas consideradas inapropriadas, sendo hostilizada e,futuramente, expulsa da própria universidade.Com isso demonstra-se a força do fato social,que estabelece medidas punitivas em prol de restabelecer a norma.  
  O fato social está, portanto, presente na sociedade de uma maneira tão enraizada que é improvável que se lhe escape. O caso da moda e de outros padrões comportamentais são exemplos nítidos desse fato, ao reproduzirem um modelo que visa à sincronia das ações levando ao “estado da alma coletiva”, citado por Durheim. Isso, porém, demonstra ser algo perigoso, pois dentro dessa ditadura não se admite diferenças, o que leva facilmente ao ódio e a exclusão social.

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