Total de visualizações de página (desde out/2009)

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Durkheim (texto 1)

Durkheim surge como sociólogo dando destaque, assim como Comte, á sociedade, que é para ele peça-chave de sua análise; porém, este difere daquele, pois busca entender o que esta sociedade faz para se manter e não apenas determinar sua dinâmica.  O pensador se aprofundou tanto em sua interpretação, que muitos afirmam ser ele o pai da sociologia como ciência - salvo as controvérsias diante desta afirmativa, é seguro afirmar que Durkheim deu uma nova forma ao pensar sociologia e ao se analisar sociedade.
O sociólogo inicia fazendo uma separação clara de que elementos se tratavam a sociologia  e quais elementos poderiam ser estudados por outras ciências como a biologia e a psicologia – nem todas as atividades corriqueiras sejam elas em pensamentos, sentimentos ou ações poderiam ser considerados objetos de estudo da sociologia, pois se assim fosse, a própria sociologia não poderia ser um estudo, uma ciência, pois não existiria acontecimento humano que não fosse social e assim se daria uma confusão entre esta ciência e as outras citadas.
Tendo posto isso, Durkheim classificou aquilo que poderia ser chamado de Fato Social – ações e representações presentes no âmbito da sociologia; em seguida, ele caracterizou o Fato Social com suas duas principais características – existir independentemente da consciência individual (o indivíduo não é obrigado a agir conforme os fatos sociais, como falar o idioma do seu país, mas caso não o faça, sua vivencia seria praticamente impossível) e possuir um caráter coercitivo imperativo (toda ação fora da normalidade é passível de algum tipo de pena). Alguns exemplos de fatos sociais são as regras jurídicas e morais, os dogmas religiosos, os sistemas financeiros, e até mesmo a vestimenta de determinada pessoa em determinado ambiente e época (moda).
As características do fato social proposto por Durkheim merecem destaque, pois revelam uma das constatações mais polemicas e importantes do autor. Ao afirmar que nossas ações sociais são todas caracterizadas como fatos sociais e todo fato social é guiado por uma força externa coercitiva maior, ele mostra que todas as ações em sociedade não são de total espontaneidade. Ou seja, uma pessoa nunca age conforme totalmente quer, mas sim, guiada por costumes e dogmas já impostos e incrustrados em seu ser, desde que nasceu (isso de certa forma tira a individualidade e por tal foi criticado fortemente pelos individualistas extremos). Além disso, Durkheim propõe que todo fato social que não siga o padrão terá uma punição, seja ela jurídica, seja ela apenas moral, mas nenhuma ação “diferente” é poupada.
Dito isso, pode-se afirmar que Durkheim esquematizou a sociologia dando forma concreta a seu objeto de estudo e, mais, deixou explícita a forma como as pessoas são coagidas a participar de um sistema onipresente, que vive sozinho e trabalha fortemente regulando tudo que os indivíduos são (tudo que pensam, sentem, agem – tudo aquilo do que gostam, tudo aquilo do que sabem), e que esta atento á qualquer deslize, julgando e condenando de diferentes e graduadas formas. 

Stephanie Bortolaso
Direito Noturno

Nenhum comentário:

Postar um comentário