“O
todo sem a parte não é todo
A
parte sem o todo não é parte
Mas
se a parte o faz todo, sendo parte
Não
se diga, que é parte, sendo todo”
Com esta estrofe,
Gregório de Matos expressou uma ideia confusa e magnífica, cuja essência
podemos associar brevemente a uma das teorias defendidas por Émile Durkheim,
importante sociólogo francês, considerado por alguns como o pai da sociologia.
Um de seus ideais
aponta que a sociedade prevalece sobre o indivíduo e que cada um deles é
arrastado pelos demais, de modo que a vida em comum determina a sincronia das
ações de todos. Desse modo, o comportamento humano, ainda que expressado
individualmente, traduz os hábitos construídos na dimensão do coletivo.
O poema de Matos,
analisado juntamente com esta teoria de Durkheim, nos permite refletir sobre a
seguinte questão: um único ser, em sua individualidade, faz parte de algo maior
que é a sociedade e esta, por conseguinte, se constitui a partir do conjunto
desses indivíduos. Além disso, partindo dessa premissa, veremos que a
coletividade sem o sujeito deixa de se definir como tal; o sujeito, por sua
vez, fora do convívio social, também perde a necessidade de se definir de tal
forma.
Após esta análise de Durkheim sob a perspectiva do poema de Gregório, chegaremos à
conclusão de que a sociedade – todo – e o indivíduo – parte –, separadamente,
ou seja, um sem o outro, perdem a razão de ser.
Gabriela Melo Araujo
1º Ano - Direito Noturno
Introdução à Sociologia
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