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sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Uma nova mentalidade


O capitalismo encontra-se atualmente em uma nítida expressão de sua força e abrangência. A maioria dos países do globo, com exceções de determinadas economias, aderem em sua totalidade o sistema capitalista e um modo de produção que almeja, sobretudo, o lucro. Essa é a lógica que norteia as diretrizes do capitalismo e que, por conseguinte, também afeta e interfere diretamente nas peripécias sociais.
Contudo, para que o capitalismo atingisse o seu aspecto e seu ânimo atual, um longo processo de formação e, principalmente, de mudança de mentalidade foi necessário. A proposta de Max Weber no texto “A ética protestante e o espírito do capitalismo” consiste em buscar entender e estabelecer como se deu essa transformação de um pensamento clássico-medieval para um pensamento capaz de impulsionar e de irradiar a força capitalista para o mundo.
Desse modo, para Weber, a mudança de mentalidade antecedeu até mesmo a mudança no modo de produção, do tradicional para o capitalista. Ela foi imprescindível para sustentar e gerar as transformações econômicas que estavam surgindo. Foi capaz de racionalizar a maneira de se produzir, com o intuito de dominar o mundo e não apenas contemplá-lo.
Essa nova mentalidade encontra seu cerne nos dizeres da religião protestante. Por um grande período da história, a usura, o acúmulo de capital, a cobrança de juros eram ditos como maléficos à vida humana, considerados erros perante a ética moral e religiosa que vigorava até então. Com a Reforma Protestante, o trabalho honesto e íntegro recebe grande destaque, possibilitando ao homem um progresso e sucesso pré- destinados.
 Com isso, gradativamente, essa nova mentalidade passa a ser intrínseca ao modo de agir da sociedade, tornando-se uma ética. Assim, tem seus primórdios na religião protestante, mas irradia-se para o mundo sobre diferentes perspectivas. Um nítido exemplo em que é possível verificar a presença dessa nova mentalidade, capaz de impulsionar e fortalecer o capitalismo, encontra-se nas intenções e nas peculiaridades do American Way of Life.
O American Way of Life foi um novo “estilo de vida” difundido pelos Estados Unidos durante o período da Guerra Fria e que se pendura até os dias de hoje. A expressão tinha a função de acentuar ainda mais a dualidade existente entre o bloco de países capitalistas e socialistas, exaltando a supremacia norte-americana e o seu modo de vida. O American Way of Life possui muito do discurso da ética protestante e, sobretudo, do capitalismo ao defender que qualquer cidadão com determinação e que trabalhe arduamente possui plenas condições de obter glória e sucesso.  Não há como negar, que dizeres como esses são capazes de impulsionar e de fortificar o progresso do capitalismo, mantendo-o o rígido e intenso até os dias atuais.


Juliana Galina - Direito diurno.

 

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