O capitalismo
encontra-se atualmente em uma nítida expressão de sua força e abrangência. A maioria
dos países do globo, com exceções de determinadas economias, aderem em sua
totalidade o sistema capitalista e um modo de produção que almeja, sobretudo, o
lucro. Essa é a lógica que norteia as diretrizes do capitalismo e que, por
conseguinte, também afeta e interfere diretamente nas peripécias sociais.
Contudo,
para que o capitalismo atingisse o seu aspecto e seu ânimo atual, um longo
processo de formação e, principalmente, de mudança de mentalidade foi
necessário. A proposta de Max Weber no texto “A ética protestante e o espírito
do capitalismo” consiste em buscar entender e estabelecer como se deu essa transformação
de um pensamento clássico-medieval para um pensamento capaz de impulsionar e de
irradiar a força capitalista para o mundo.
Desse
modo, para Weber, a mudança de mentalidade antecedeu até mesmo a mudança no
modo de produção, do tradicional para o capitalista. Ela foi imprescindível para
sustentar e gerar as transformações econômicas que estavam surgindo. Foi capaz
de racionalizar a maneira de se produzir, com o intuito de dominar o mundo e
não apenas contemplá-lo.
Essa
nova mentalidade encontra seu cerne nos dizeres da religião protestante. Por um
grande período da história, a usura, o acúmulo de capital, a cobrança de juros
eram ditos como maléficos à vida humana, considerados erros perante a ética
moral e religiosa que vigorava até então. Com a Reforma Protestante, o trabalho
honesto e íntegro recebe grande destaque, possibilitando ao homem um progresso
e sucesso pré- destinados.
Com isso, gradativamente, essa nova
mentalidade passa a ser intrínseca ao modo de agir da sociedade, tornando-se
uma ética. Assim, tem seus primórdios na religião protestante, mas irradia-se
para o mundo sobre diferentes perspectivas. Um nítido exemplo em que é possível
verificar a presença dessa nova mentalidade, capaz de impulsionar e fortalecer
o capitalismo, encontra-se nas intenções e nas peculiaridades do American Way
of Life.
O
American Way of Life foi um novo “estilo de vida” difundido pelos Estados
Unidos durante o período da Guerra Fria e que se pendura até os dias de hoje. A
expressão tinha a função de acentuar ainda mais a dualidade existente entre o bloco
de países capitalistas e socialistas, exaltando a supremacia norte-americana e
o seu modo de vida. O American Way of Life possui muito do discurso da ética
protestante e, sobretudo, do capitalismo ao defender que qualquer cidadão com
determinação e que trabalhe arduamente possui plenas condições de obter glória
e sucesso. Não há como negar, que
dizeres como esses são capazes de impulsionar e de fortificar o progresso do
capitalismo, mantendo-o o rígido e intenso até os dias atuais.
Juliana Galina - Direito diurno.
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