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sexta-feira, 27 de setembro de 2013

"Amigos, amigos, negócios à parte"

         "Amigos, amigos, negócios à parte". É se não, nada mais que isso, a visão weberiana sobre a separação do trabalho e da vida particular, daquilo que ele chama de racionalização contábil, ou contabilidade racional.
         Livrar-se das paixões, em meio a negócios, nem sempre é fácil, sentimentos envolvidos podem enfraquecer a estrutura empresarial, e acabar danificando a própria estrutura familiar. Weber portanto, e para tanto, propõe a separação dos bens da empresa dos bens do indivíduo, a quem, agora indiretamente, pertencem os bens empresariais.
         Quando analisada atualmente, a sociedade, em diversos pontos, não possui, ou não adota a contabilidade racional. Olhemos o nosso Senado Federal, a nossa Câmara dos Deputados, nossas diversas câmaras de vereadores, prefeituras e instituições públicas, onde dezenas, centenas, se não milhares de casos de nepotismo acontecem. E o que seria o nepotismo, se não um caso de irracionalidade contábil, aos padrões weberianos.
         É o dono da mercearia, que abre o caixa e entrega o dinheiro diretamente ao seu filho que está saindo. É o dono da padaria que leva pão diretamente, sem devido registro, para sua casa. É a dona do restaurante, que não cobra o consumo de seus irmãos. Não há, em nenhum desses casos a devida racionalidade contábil, a contabilidade racional. As paixões falam mais alto que os negócios.
         Para Weber, as relações profissionais deveriam ter outro destino. Se amigos, amigos, seus negócios à parte.



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