O surgimento da ética protestante
dos calvinistas foi o impulso que faltava para o capitalismo se universalizar.
A partir de um novo modo de pensar, Weber tenta entender todas as mudanças
ocorridas da sociedade da época até o surgimento de um novo modo de produção.
Por esse motivo, Weber afirma de a reforma protestante foi uma das principais
revoluções da humanidade, pois mudou o modo de agir do mundo todo.
Esse momento de disseminação da
ideia protestante é marcado como o início da “ocidentalização” do mundo que
ocorre até hoje com ainda mais força do que antigamente, totalmente desprendida
do viés religioso. A singularidade que permitiu que esse novo modo de agir
vigorasse mais que os outros da época se dá por ser um momento de
racionalização que provocou grande ruptura por ter como característica o
aspecto da dominação do mundo ao invés de acomodação do mesmo, sendo que nesse
caso, o sentido de dominação aproxima-se do aspecto de transformar, empreender,
enfim, construir o novo, como podemos ver que ocorreu e ainda ocorre com muita
intensidade nos dias atuais.
O contexto de ascensão da
burguesia, mesmo que ainda como classe dominada na época, faz crescer a adesão
a um pensamento que santifica o acúmulo de bens para garantir a salvação
concretamente no reino de Deus, ao contrário do cristianismo, que além de crucificar
a ostentação de riqueza (“ mais fácil um camelo passar por uma agulha do que um
rico entrar no reino dos céus”) , ainda não possui uma “fórmula concreta” que
garanta que o indivíduo consiga entrar nas portas do céu.
A busca
por lucro sempre existiu na história, por isso, o que diferencia a ética
protestante é sua disposição de conduta. A análise da racionalização dividida
em contável, científica, jurídica e do próprio homem evidencia esse novo padrão
de pensamento e mostra que o homem consegue prosperar mais se divide a casa da
empresa, se tem ajuda da ciência, como Bacon já dizia, ‘saber é poder’ e por
fim, se tem a ajuda do direito para concretizar as conquistas e manter o
investimento da propriedade ao dono.
É importante ressaltar que ao
analisar o protestantismo como estopim para a mudança do modo de produção,
Weber não está tentando criticar o materialismo dialético de Marx, apenas
tentando entender de onde surgiu essa nova dinâmica capitalista mesmo que para
isso haja uma contraposição de ideias entre os dois pensadores, pois como ele
mesmo cita “O espírito de acumulação não é uma superestrutura do capitalismo
mas seu fato de desencadeamento, pois lhe antecedeu.”
Giovanna Gomes de Paula - direito noturno
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