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domingo, 20 de maio de 2012

Durkheim e as formigas

     Na continuação de sua obra "As Regras do método sociológico", Émile Durkheim afirma no Capítulo V, que práticas sociais não surgem do nada, mas sim da necessidade gerada. Que não basta a necessidade dos indivíduos para uma prática ocorrer, mas que existam implicações internas que gerem tais fenômenos.     Contudo, essa visão não é muito coerente, pois ignora o poder do indivíduo e de toda mudança que apenas ele pode causar em uma sociedade. Falando assim, realmente Durkheim parece mais sensato, entretanto, não vivemos mais a mercê de uma sociedade que leva os rumos que bem entende. Existem líderes, obviamente nem sempre bem capacitados e preparados, mas eles existem, e nas mãos desses líderes existe um grande poder de mudança social, econômica, cultural e etc.
     Dependendo da vontade de um indivíduo, a mudança proporcionada por ele pode ser incontável. Não foi uma implicação interna que condicionou a mudança na sociedade hindu ao fim do século XIX, mas sim a atitude de Mahatma Gandhi que inspirou e proporcionou a mudança. Esse é apenas um exemplo, mas a História mostra como indivíduos, com seus ideais e concepções, proporcionaram grandes feitos por todo o mundo. Exemplos como Martin Luther King, Nelson Mandela, Joana D'arc, exemplificam essa ideia, ideias de um indivíduo proporcionou uma mudança que pode alcançar grandes proporções e alterar o rumo da história.
     Do mesmo modo que essa mudança pode ser grande, pode ser pequena e insignificante, uma celebridade lança um novo tipo de saia,e logo grande parte das adolescentes norte-americanas estará usando. Não há importância real nisso, mas serve para exemplificar como, novamente uma atitude isolada transforma determinada parte da sociedade.
      Durkheim trata a sociedade, portanto, como se fosse um formigueiro, nada que seja individual é relevante. Movida pelo coletivo, apenas forças maiores são passíveis de causar mudanças. A sociedade, não só a contemporânea, mas a moderna, a feudal, a antiga, e todas elas, não são, nem de longe, semelhantes a formigueiros. O coletivo é importante sim, ele permite mudanças, mas a ação individual tem sua devida importância. 
                                 

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