Corpo macabro
Não são raras as vezes em que, por coerção da sociedade,
agimos como em um comercial de pizza: ainda que tristes ou cansados, esboçamos
um enorme sorriso para a manutenção da ordem da coletividade. Nossos anseios e
medos acabam por ser inibidos e, gradativamente, nossa essência se torna algo
inacessível. Tornamos-nos modelos de algo que nem de longe somos.
Além disso, somos constantemente atacados
pelos padrões universais de comportamento. “Por que você faz (ou não faz) isso?”,
“já passou da hora de fazer isso!”, “não sente vergonha disso?” e outras falas
repressoras são intrínsecas ao cotidiano ao longo de toda a vida.
Esse corpo
macabro e seu organismo social estabelecem tudo vigente na sociedade e, em nome
da ordem e da manutenção do todo, matam, devagar, a parte mais frágil e
impotente desse conjunto: a pessoa como indivíduo.
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