Durkheim, em “As Regras do Método Sociológico”,
apresenta-nos o seu funcionalismo social, o qual é baseado na negação dos
instintos individuais para contribuir com o organismo social. Essa negação
continua sendo ministrada pelas instituições; estas devem moldar o indivíduo
para agir conforme a sociedade necessita.
Para o autor, as práticas sociais surgem dessas necessidades
e estão vinculadas com o ordenamento social. Para manter essa ordem é preciso
que haja sanções, pois aqueles que não cumprem o seu papel, que não agem da
maneira correta devem sofrer penalidades a fim de manter a sociedade coesa.
Coesão, este é um ponto importante para Durkheim, pois a
necessidade de se manter coesa é que produz o fato social e, para que ocorra
essa condição, faz-se mister a inibição dos instintos. A sociedade é, portanto,
baseada nestes dois aspectos que a condicionam. Por exemplo, a divisão do
trabalho ocorre para que todas as necessidades da sociedade sejam supridas. Não
é uma questão capitalista, é a solidariedade, segundo Durkheim. Essa
solidariedade seria o “abrir mão” das suas vontades pessoais para atender às
necessidades do coletivo, um encaixe perfeito do indivíduo conforme o papel que
lhe é designado a fim de manter a harmonia, seguindo a sua função. As
instituições podem sofrer modificações de suas funções conforme o passar do
tempo sem que se modifique sua aparência. A Igreja, por exemplo, mantém seus dogmas há
séculos, entretanto, não exerce a mesma influência social desde a Idade Média.
Distanciando- se de Comte, mais uma vez, Durkheim coloca que
a explicação dos fatos sociais não está na natureza humana conforme dizia
aquele, mas sim na natureza da própria sociedade. As transformações sofridas
são explicadas por outro fato social, anterior a esta mudança. Portanto, a
sociedade representa uma consciência coletiva, não a soma de consciências
individuais; somos um todo que age segundo os mesmos princípios, moldados pelas
instituições, incapazes de romper o laço que nos une aos fatos sociais.
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