Descartes busca o tempo todo desvencilhar-se do senso comum, dos hábitos e do metafísico. Encontra, através da dúvida, algo de que não pode duvidar: a existência daquele que pensa; e a partir daí inicia sua procura por um caminho para a verdade.
O autor não consegue, no entanto, se livrar do ideal de que exista no mundo ou fora dele algo infinito, eterno, imutável, perfeito. Ele considera isso um ser, exterior a ele, e supõe que esse ser seja o mesmo o qual os outros chamam de Deus.
Ainda hoje, quando se busca o conhecimento verdadeiro, tem se de passar pelo metafísico. A ciência, ao fim, vai encontrando cada vez mais pontos em comum com a fé, da qual não sabemos se é realmente dissociável. A busca de um método baseado estritamente no pensar é boa por nos livrar de mitos e doutrinas que nos aprisionam, pois só percebe que está acorrentado aquele que se inquieta.
No entanto, esse método possui seus limites, visto que o homem ainda precisa crer em algo, seja por necessidade legítima da psique, seja pelo pavor de tornar-se dono de seu destino.
Fábio Augusto, 1º DN
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