Ainda sob os paradigmas medievais que dominaram o mundo intelectual até então, René Descartes decide romper com as tradições de sua época. Em oposição à magia e à filosofia especulativa (que nenhuma aplicabilidade real possuía, servindo apenas à vaidade dos sábios), o pensador inaugura um novo método de aquisição de conhecimento, o qual deveria posicionar-se a serviço da humanidade, de suas necessidades e de seu progresso, ou seja, dotado de excepcional praticidade. Em seu método , puramente racionalista, ignora informações obtidas pelos sentidos e tenta atingir verdades absolutas através do princípio da dúvida metódica, utilizando-se unicamente de sua própria razão.
Em tempos de ascensão de uma classe burguesa, que se alicerçava na obtenção de lucros através do trabalho e do empreendedorismo, e não de benefícios concedidos, a ciência moderna (neutra, liberta de sentimentos, prática e aplicável) de Descartes passa a ser acatada, para que se pudesse otimizar os processos de um incipiente capitalismo.
Dispensável é dizer que a linha de pensamento promovida por Descartes conferiu inúmeros e inigualáveis progressos à sociedade, até o momento, carente de conhecimentos aplicáveis no mundo real. No entanto, é interessante observar a influência que ela exerceu e exerce no intelecto dos mundos moderno e pós-moderno, em variadas áreas do saber. A partir do momento em que uma classe industrial, e, portanto, geradora de conflitos sociais, coloca em voga uma filosofia metódica, que não se envolva em questões humanas, não estaria ela evitando o questionamento da ordem imposta por ela própria, da qual se beneficia em detrimento de outros? Favorecendo a disseminação de um raciocínio mais apropriado às ciências exatas, não estaria tentando manter distante o aprofundamento nas ciências que proporcionam condições de crítica quanto à ordem na qual se vive? E não seriam também essas as ciências mais imprescindíveis à formação cultural do indivíduo, sua proteção contra a alienação e contra a aceitação de tudo que lhe é imposto pela sociedade? São essas questões a se considerar acerca do apelo ao pensamento de linha cartesiana.
Em tempos de ascensão de uma classe burguesa, que se alicerçava na obtenção de lucros através do trabalho e do empreendedorismo, e não de benefícios concedidos, a ciência moderna (neutra, liberta de sentimentos, prática e aplicável) de Descartes passa a ser acatada, para que se pudesse otimizar os processos de um incipiente capitalismo.
Dispensável é dizer que a linha de pensamento promovida por Descartes conferiu inúmeros e inigualáveis progressos à sociedade, até o momento, carente de conhecimentos aplicáveis no mundo real. No entanto, é interessante observar a influência que ela exerceu e exerce no intelecto dos mundos moderno e pós-moderno, em variadas áreas do saber. A partir do momento em que uma classe industrial, e, portanto, geradora de conflitos sociais, coloca em voga uma filosofia metódica, que não se envolva em questões humanas, não estaria ela evitando o questionamento da ordem imposta por ela própria, da qual se beneficia em detrimento de outros? Favorecendo a disseminação de um raciocínio mais apropriado às ciências exatas, não estaria tentando manter distante o aprofundamento nas ciências que proporcionam condições de crítica quanto à ordem na qual se vive? E não seriam também essas as ciências mais imprescindíveis à formação cultural do indivíduo, sua proteção contra a alienação e contra a aceitação de tudo que lhe é imposto pela sociedade? São essas questões a se considerar acerca do apelo ao pensamento de linha cartesiana.
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