Incessante luta
Há uma linha tênue entre o Positivismo e o Darwinismo Social, já que a corrente determinista ao afirmar que as disparidades sociais eram determinadas em parte, pela natureza, os positivistas legitimaram a discriminação e a opressão contra grupos considerados racialmente inferiores. O racismo foi assim naturalizado e reproduzido através das instituições sociais, das políticas públicas e das relações interpessoais.
Nesse viés, Grada Kilomba, em seu livro Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano, denota um racismo estrutural enraizado na sociedade, na qual em uma das frases a autora diz se sentir imobilizada porque, como mulher negra, ela é vista como “fora do lugar” e tendo seu lugar de fala impedido devido a consideração, segundo o imaginário social, de subalternização racial. Isso é demonstrado através de passagens, onde Kilomba pensou diversas vezes em deixar a Alemanha ou desistir do seu projeto de tese na universidade devido ao preconceito circundado pelo ambiente social.
Infelizmente, o caso supracitado não é apenas uma situação isolada, já que casos racistas acontecem de forma corriqueira na sociedade, a exemplo do caso do filho de Mussum, impedido de sair do shopping acusado de roubar a própria moto ou as frequentes injúrias sofridas por jogadores de futebol, a exemplo de Vini Jr. Não obstante, é necessário destacar o passado colonial de exploração e uso da mão de obra escravizada negra como fator preponderante para a perpetuação dos episódios.
Portanto, é fundamental o reconhecimento dos indivíduos contemporâneos a respeito da desigualdade racial em múltiplos aspectos, sendo um primeiro passo para que a errônea concepção de superioridade branca seja cada vez menos frequente, apagando aos poucos os ideários deterministas do Positivismo no tocante à hierarquização das raças.
Nome: César Lorenzo Palumbo Damario - 1ºano Direito matutino
RA:241220441
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