Total de visualizações de página (desde out/2009)

sexta-feira, 15 de março de 2024

A rejeição das mudanças e avanços sociais

O crescimento da extrema-direita é um fenômeno que está causando diversos problemas e retrocessos na sociedade contemporânea. Uma vez que esse movimento, de caráter conservador e reacionário, é embasado, entre outros aspectos, no ataque e questionamento à ciência e à produção cientifica. Assim como propõem a anulação das minorias perante a sociedade. Dessa forma, faz com que os indivíduos percam a consciência crítica e com que direitos básicos sejam reduzidos. 

Em primeira análise, o sociólogo Wright Mills, no livro “A imaginação sociológica”, afirma que a velocidade das mudanças no mundo atual gera um colapso dos valores tradicionais. Como essas transformações são resultado da produção científica, surgem esses movimentos de extrema-direita, que reagem de forma conservadora. Por meio da negação de uma mudança de perspectiva que promova um entendimento racional da realidade pessoal dentro da nova estrutura social, metodologia que Mills chama imaginação sociológica, e que é sedimentada pela ciência. A partir disso, a metodologia cientifica é questionada, e o senso comum é trado como verdade, ocasionando diversos distúrbios sociais, como na pandemia do covid-19 no Brasil, em que muitas mortes poderiam ser evitadas se os governos conservadores, tivessem seguido as recomendações científicas. 

Por meio dessa invalidação da imaginação sociológica, os direitos conquistados pelas minorias, pautadas em reivindicação racionais, são anulados nos discursos e ações desses movimentos de extrema-direita. Nessa perspectiva, a escritora Grada Kilomba, no livro “Memória de uma plantação: episódio de racismo cotidiano”, retrata, através de relatos de sua vida acadêmica, como os conhecimentos produzidos pelas minorias são negados dentro da sociedade, pois, mesmo com os avanços sociais, persiste a visão colonial, que as tratam como o “outro incapaz de pensar. Dessa maneira, os movimentos reacionários utilizam da inferiorização intelectual e cultural para rejeitar esses grupos minoritários dentro da sociedade, perspectiva que está por trás do genocídio praticado pelo Estado de Israel, que é governado por partidos de extrema-direita, contra o povo palestino. 

Por tanto, o crescimento de movimentos de extrema direita surge do questionamento dos avanços e quebras de paradigmas que a ciência proporcionou. Assim, a interpretação racional da sociedade, proposta por Mills, é deixada de lado por esses grupos, e acentua-se o olhar colonial, evidenciado por Kilomba, que anula as minorias. 

Luccas Pinheiro Nascimento- 1° ano Direito Noturno

Nenhum comentário:

Postar um comentário