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sexta-feira, 31 de março de 2023

O positivismo como alimento para o preconceito.

 Durante o programa ‘’Super Pop’’ em fevereiro de 2016, o ex presidente Jair Bolsonaro afirmou: ''Não empregaria mulheres com o mesmo salário (...) tem muita mulher que é competente''. Evidenciando seu caráter preconceituoso em relação ao papel feminino na sociedade, tal pensamento tem sido aderido por diversas pessoas no Brasil. No entanto, o motivo para estas atitudes vem da intimidação de que as mulheres possam sair de seus lugares designados como acolhedoras da família e comumente subordinadas a figura masculina, buscando ser justificado por meios religiosos e misóginos, com falsos embasamentos científicos. Esta ação pode ser facilmente comparada ao método do filósofo francês Auguste Comte, que separa os indivíduos em funções para garantir a ordem da sociedade, influenciando a propagação de discursos conservadores.

 O método positivista, anteriormente citado, tem como fundamento as leis gerais naturais que garantem o funcionamento social de modo a evitar a crise moral, ou seja, a falta de designação de espaços específicos a grupos populacionais causaria a degradação da sociedade e o seu desornamento total. Deste modo, aquilo que foge do que é imposto é de extremo incomodo aos adeptos desta filosofia, alimentando o preconceito e exclusão dos grupos que não se enquadram ao que é ‘’natural’’. Em contra partida, o positivismo de Comte também busca a emancipação do senso comum e a análise precisa e cientifica do espaço social, criando um paradoxo em relação a pré noção conservadora enraizada de que minorias devem ocupar lugares marginalizados e inferiores. 

 Na atualidade, a busca pela estática da filosofia positiva ainda é a justificativa para a disseminação de discursos de ódio, alegando a importância de se manter os valores tradicionais diante a grupos que buscam alcançar cada vez mais espaço na sociedade.


Aluna: Heloísa Calixto da Silva \ Ra: 231224631

1° ano Direito Matutino

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