A sociedade, durante muitos
anos, foi e ainda é objeto de estudo. Sistematizar e compreender as diversas
facetas da humanidade fez com que inúmeras teorias surgissem, possibilitando uma
nova maneira de interpretar as relações sociais. No século XIX, importantes
nomes foram revelados, como o de Émile Durkhein, um exímio sociólogo que pautou
sua visão sob a sociedade no funcionalismo, que foi e ainda é capaz de explicar
os mais diversos fenômenos sociais.
Tendo
como base a interpretação para uma análise mais profunda da sociedade, Durkhein
busca descobrir as funções dos fenômenos sociais, a relação com o todo e sua
função para manter o equilíbrio e a ordem de um povo. Definiu por isso que o
objeto de seu estudo seria o indivíduo e sua relação com o coletivo,
pautando-se nos fatos sociais – agentes que estão no âmago de uma sociedade – e
que por sua vez acabam condicionando os indivíduos a agirem de uma determinada
forma.
Tal fato acaba proporcionando
uma falta de autonomia e individualidade, que pode ser observada na cultura
atual. Um exemplo que pode ser citado é a internet, mais precisamente as redes sociais,
que acabam criando e divulgando padrões de vestimentas, comportamentos e físicos
que influenciam toda uma sociedade. Muitas vezes, para ser aceito em um grupo, determinado
ideal deve ser atingido e para não ser excluído, a pessoa acaba renunciando sua
individualidade para sentir-se parte do todo. Há, dessa maneira, como defende Durkhein,
uma construção social do indivíduo, uma padronização, que acontece desde o
momento em que nascemos.
Outro fator abordado pelo
escritor e que possui desdobramentos até os dias atuais é o direito restitutivo
e a noção de impunidade a ele atrelado. Para Durkhein, assim como Comte, cada pessoa
possui uma função própria na sociedade e retirá-la causaria uma anomia no
sistema. Com isso, o sociólogo defende a ressocialização do infrator como um
indivíduo funcional, para que assim ele possa restituir o crime que cometeu à
sociedade. Essa definição pode ser comparada a situação atual do sistema carcerário
brasileiro, que não cumpre seu papel ressocializador e acaba incentivando a manutenção
de uma estrutura arcaica marcada pelo crime e violência. A ideia de impunidade também
se propaga no sistema atual, uma vez que mesmo com a aplicação de medidas
coercitivas não há uma mudança efetiva da sociedade.
Dessa maneira, assim como outros
estudiosos, Émile Durkhein foi de suma para a compreensão da sociedade. Com a
formulação de conceitos importantes, como anomia, fato social, direito
restitutivo e solidariedade, o escritor foi capaz de analisar a sociedade como
um fenômeno coletivo e estabelecer uma ciência de fato para o estudo das relações
humanas.
Jéssica Castor Modolo – Direito Matutino –
Turma XXXV
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