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quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Republicanismo e Burocracia

Não são em todos os aspectos que o positivismo e as formulações modernas no âmbito do Estado contribuem para o a democratização do Estado. Pelo contrário, a formulação em que suspende a esfera estatal da realidade material, politica, cultural é uma discussão que contribui para a burocratização estéril do Estado.
Todavia a burocratização e a racionalização representam em certa medida uma autonomia do Estado diante das interferências das pessoas e do poder particular. A burocracia funciona como um óleo. Um óleo que corre igualmente para todos os lados do estado, possibilitando a equidade no debate e na gestão.
O Governo Lula, até por conta da conjuntura de amadurecimento pós-Constituição de 89, representou avanços sintomáticos sob a óptica do republicanismo para o Estado Brasileiro.
Com a autonomia do Judiciário e de órgãos de controle interno como o incentivo ao CNJ, a efetivação do caráter de investigação do TCU, CGU, Polícia Federal, entre outros. A transformação da Controladoria Geral da União de "Engavetodoria Geral da União" em um órgão que realmente busque, investigue e controle. 
A Polícia Federal durante os oito anos do Governo FHC fez 28 operações, nos mesmos oito anos do Governo Lula foram feitas mais de 1000 operações com 14 mil pessoas presas, inclusive gente graúda, como o Carlinhos Cachoeira.
Se para Weber a democracia passava pela burocracia estatal bem organizada e disposta de modo a gerir melhor o Estado, o Brasil dá valorosos avanços no sentido de alcançar essas demandas.
O interessante e perigoso é sem dúvida que essa solidificação parece ainda ser incipiente e vinculada ao projeto de governo correndo riscos da retroação.


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