Ao analisar os dois tipos de solidariedade propostas por Durkeim, orgânica e mecânica, podemos percebê-las, simultaneamente na nossa atual sociedade.
A solidariedade mecânica é caracterizada pele desejo de vingança, é movida por emoções e paixões. Já a solidariedade orgânica é a racional, restitutiva, e surgiu com as novas e tantas especializações sociais.
Ora, é certo que hoje damos preferência para a racionalidade nos julgamentos dos crimes. A sociedade funciona como um todo, suas partes estão cada vez mais individualizadas e, ao mesmo tempo, cada vez mais dependentes umas das outras. Com a especialização cada vez maior, um segmento torna-se quase que inútil quando isolado dos outros. Por isso quando um indivíduo comete um crime, a tendência é cada vez mais de as pessoas quererem restituí-lo, para que volte, funcionalmente, para a sociedade. Não é bem uma solidariedade pura, já que é de interesse pessoal que essa pessoa volte e cumpra com sua obrigação para o funcionamento do todo.
Mas, por outro lado, nós presenciamos, e não raramente, claras manifestações de solidariedade mecânica. Reações emotivas e coletivas, que não são nem um pouco racionais fazem parte também da nossa sociedade.
A verdade é que na nossa sociedade, complexa como é, cabe os dois tipos de solidariedade, sendo que uma não exclui a outra. Isso porque nós, apesar de muitas vezes sabermos que agir com racionalidade seria a melhor opção, não conseguimos nos livrar de nossos instintos mais primitivos de aversão a certos crimes, certas atitudes e acabamos agindo como os "primitivos".
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