Ordem e Progresso. Uma das máximas positivistas, mas, além disso, o lema estampado no centro da bandeira brasileira. Tal inscrição faz pensar que seria comum ao país a busca pelo positivismo, a criação baseada na apreciação sistemática, e que cada dia menos seria vista a inclinação aos ídolos e à moral religiosa, mas não é isso que se encontra na realidade brasileira. Se for analisado o cenário político brasileiro, a forte presença de religiosidade e o compartilhamento de fake news são comuns dentre os representantes do Estado, nas esferas municipais, estaduais e principalmente na federal, o que causa um afastamento daquilo defendido por Auguste Comte.
Ademais, retomando o fim do século XIX e o início do XX, quando os ideais da bandeira foram apresentados aos brasileiros e tiveram imposição no cotidiano, analisa-se que não se conseguia manter o positivismo firme na sociedade. A constante tentativa de adquirir os costumes, desde a vestimenta até a forma de se estudar, fez com que se fosse mascarada a realidade brasileira, sendo ela falsamente aproximada ao progresso positivista. O que aconteceu, de fato, foi o aumento do “jeitinho brasileiro”, que é entendido como uma forma de se burlar leis e regras, sendo um exemplo de subversão da ordem e do progresso, além do afastamento dos ideais de felicidade e trabalho defendidos por Comte, ao sobrepor o individualismo ao bem público.
Com isso, o Brasil mostra-se como elemento de estudo para o positivismo ao ser capaz de corromper seus ideias desde seu primeiro contato com a população no país e cria a dúvida da capacidade de ser instaurado num local onde se prefere a manutenção de morais distorcidos e do bem singular acima do progresso, subvertendo o que deveria ser o foco da sociedade.
Maria Julia Pascoal da Silva
Direito matutino- primeiro ano
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