Dialética
dos princípios positivistas
Auguste Comte presenciou a desordem e o caos em seu país; o que tardiamente se tornaria responsável por revoluções em escala mundial. Fundador e pai da Sociologia, o francês nunca foi apto às doutrinas católicas que lhe eram impostas desde sua infância, contribuindo para o cenário político que surgia da época das luzes. Seu trabalho é voltado para a reorganização social, visando a ‘’Ordem e o Progresso’’ como um princípio, trazendo o sistema de política positivista, que preza por uma religião da humanidade, a qual abandona as superstições e a teologia, para o alcance do estágio ideal – estágio positivo – trazendo a paz, a ordem e o progresso em uma sociedade organicista.
A sociedade organicista de Comte pode ser considerada bastante contraditória. Ao apresentar esse modelo, o sociólogo coordena-a pela estática e dinâmica social garantindo o encontro de uma lei fundamental e funcional para todos. O que se detém, já que na prática, somente a lei não é possível assegurar até o mesmo o direito inato de cada indivíduo. Comte define a felicidade como realização plena do bem público. Mas, desvaloriza a solidariedade social que é diretamente ligada as relações sociais. Portanto, Não há como obter a felicidade individual ao parâmetro organicista - onde cada indivíduo é visto como uma parte essencial dentro de um todo- se o todo, possui diversas desigualdades e conflitos externos e internos, que se desdobrarmos esses conflitos, é nítido os conflitos patológicos que devastam a dignidade humana. Como por exemplo: A exclusão da população que possui doenças mentais.
O Estatuto da Pessoa com Deficiência afirma e reafirma, entre outros, a proteção dos direitos à saúde e à educação, como também se assegura o direito ao trabalho. O que na prática, não vemos tanta efetivação desses direitos. O preconceito é um dos pilares enraizados na história do Brasil que desvalorizam a vida pessoal, profissional e amorosa dessas pessoas; Sempre colocando pressupostos no caráter ou na personalidade, tornando cada vez mais difícil a inserção na sociedade. De acordo com o psiquiatra, Antônio Geraldo da Silva ‘’ A psicofobia é o preconceito às pessoas que sofrem de transtornos e deficiências mentais. Popularmente, as doenças mentais são distorcidas para conotações negativas. A psicofobia existe quando o indivíduo é caracterizado como “louco” ou “doido” e quando a doença é negada por familiares, profissionais de saúde, pelo próprio paciente ou até mesmo pelo governo (municipal, estadual ou federal). ‘’
Atualmente temos redes públicas, onde dão auxílios e prestam atendimento para aqueles que possuem transtornos mentais graves e persistentes, como o CAPS; que são sustentados através de verbas do governo municipal. É de suma importância as suas realizações para ajudar, através de atividades, a introdução na comunidade e a sua evolução no meio. Mas, muitas vezes entram em risco, por conta dos cortes de gastos, valorizando ainda mais a exclusão e desprezando a inter relação de forma geral.
De fato, o positivismo não passa de uma idealização de um mundo perfeito. O mundo é vasto e abstrato, possuindo conflitos patológicos e outros que levaram a grandes revoluções. Não há possibilidade de ignorar as outras ciências e as suas pesquisas empíricas.
Érica Caroline Olivio - Turma XXXVIII - Matutino.
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