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sábado, 17 de julho de 2021

POSITIVISMO EM 21

 

            A corrente sociológica do Positivismo é a primeira forma de ciência social - denominada inicialmente como “física social” – preconizada pelo sociólogo Augusto Comte. Essa ciência além de explicações, busca ter todo o controle da sociedade em suas mãos e para isso, aproxima-se fortemente das ciências naturais, por estabelecer um método para o conhecimento sistematizado e domínio do mundo social.

            Primeiramente, para se alcançar o estado positivo – último estágio da construção do conhecimento – é necessário passar por outros dois estágios, o teológico e o metafisico. Para Comte é preciso explicar a problemática única e exclusivamente pelo fato em seu fenômeno imediato, sem buscar as raízes nem explicar as causas que levaram ao acontecimento. A filosofia positiva rejeita todos aqueles métodos, estabelecidos pela filosofia antiga, nos quais o questionamento é um pilar primordial para a obtenção do conhecimento e do esclarecimento. Desse mesmo modo, o saber advindo de aspectos religiosos, adquiridos por meio de uma revelação divina é invalidado pelo Positivismo.

            Mas o que torna a “física social” preocupante é a necessidade de manter a ordem a fim de gerar o progresso – lema escrito na bandeira brasileira “Ordem e Progresso”. Com o objetivo de estabelecer constantemente essa ordem é estipulado que tudo seja mantido em seu perfeito estado, sem que haja alterações, melhoras ou reivindicações. Assim como nas leis naturais, tudo precisa estar equilibrado, modelado e ordenado, da maneira que é imposta pelo preceito moral – modo de conduta – estabelecido. A estática é uma das leis logicas que produz a aptidão para agir, dentre os alicerces fundamentais que constroem essa “estática” encontra-se a família, o direito e a moral.

            Diante disso, tudo aquilo que de alguma forma abala a ordem social imposta está inviabilizando o progresso almejado pela filosofia positiva. Na atualidade é visível claramente tudo aquilo que é sacrificado em nome do bem social, a fim de que não ocorra uma “degeneração moral”. Diariamente, no Brasil, indivíduos que buscam direitos igualitários, condições dignas, tolerância religiosa e sexual, são atacados, inferiorizados, agredidos e, infelizmente, mortos por estarem reivindicado algo mais humano do que a racista, machista, heteronormativa “ordem” estabelecida.

            Portanto, é ameaçador quando governos em pleno século XXI utilizam do Positivismo como suporte para o seu modelo de conduta, de tomada de decisões e suas ações, por impor que indivíduos se sacrifiquem – renunciem suas reais personalidades – para que a sociedade se mantenha coesa e estável, a fim de não ameaçar a ordem imposta. Sendo assim, as desigualdades continuam estabelecidas, os preconceitos potencializados e as formas de conduta pessoais invalidadas.


Maria Fernanda Barra Firmino - 1° ANO MATUTINO

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