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domingo, 5 de setembro de 2021

O povo anda com medo, os políticos de jatinho particular

 

 "Moro num país tropical, abençoado por Deus

 E bonito por natureza (mas que beleza)

 Em fevereiro (em fevereiro)

Tem carnaval (tem carnaval)"

Olá, eu sou o Brasil, e como diz a canção eu sou um país tropical, com um lindo litoral, uma linda floresta,que vem sendo destruída por aqueles que acreditam que o lucro e o capital estão acima de todas as coisas. Mundo a fora, conhecem o meu povo, como um povo alegre, feliz e muito receptivo, os turistas estrangeiros ficam apaixonados ao chegar aqui. Minhas comidas típicas são degustadas com muito amor por todos que passam por aqui.

Terra do samba, da caipirinha e do carnaval, eu não me reduzo a características tão boas. Desde de 1500, o meu povo sofre, do nada chegaram por aqui uma galera vinda de terra longínquas que se julgavam superiores aos meus habitantes nativos, exploraram o meu território durante anos, toda a riqueza que foi conquista não ficou aqui, foi levada para o exterior, enriqueceu outras nações, enquanto o povo que aqui já existia ficou a míngua, isso quando não foi exterminado ou escravizado. 

Outro dia ouvi falarem de um tal de "jeitinho brasileiro", e me perguntei o que o caracterizaria? 

Todos os dias milhares de brasileiros são explorados por seus patrões, isso em troca de um salário que não dá nem para pagar todas as contas no final do mês, todos os dias sai no jornal mais uma notícia de violência doméstica, assassinato, roubo e corrupção, todos os dias o Seu José tem medo de sua filha Maria não volte para casa, seja mais uma vítima da violência contra mulher, o povo anda com medo, já os políticos andam de jatinho particular, dinheiro escondido na cueca, fazem churrasco com carne de R$3000,00 e tudo isso enquanto o povo sofre para comprar o pão de cada dia.

Que país é esse?, já perguntava Legião Urbana

E eu tão majestoso, cheio de belezas naturais e riquezas, ainda não consigo responder. Não é justo ver o meu país se afundar, ver o sofrimento estampado no rosto do povo, o medo se espalhar, ver políticos se definirem como "Messias", enquanto o preço da cesta básica só aumenta. Como já dizia Max Weber, que não é filho de minha pátria, mais muito admiro, o tipo ideal é um referencial, não corresponde a algo que deve ser, mas o objetivamente possível, meus habitantes devem considerar isso nas eleições do ano que vem, não acreditar em um salvador, que ao invés de salvar afoga ainda mais o povo. 

Falar desse "jeitinho" é uma maneira de fazer com que o povo não enxergue os seus próprios problemas, e assim a dominação dos políticos e das classes superiores possa se manter, sem que os cidadãos percebam, como diz Jessé de Souza, "não refletimos sobre o ato de respirar, e também não refletimos sobre toda essa moral que somos obrigados a seguir". 

Eu sou lindo, sou rico, tenho uma das maiores florestas do mundo em meu território, o meu povo é receptivo e mantém a cabeça erguida apesar de todo medo, da falta de dinheiro e dos políticos que curtem a vida às custas de seus impostos. Como já dizia Chico Buarque "Apesar de você, amanhã há de ser outro dia", de luta em luta, de vitória em vitória, o povo vai se esquivando da dominação e abrindo o seu entendimento, meus filhos já estão acostumados as lutas, agora devem se acostumar as vitórias. O POVO BRASILEIRO VIVE E BRILHA, apesar dos falsos salvadores, desde antes de 1500. 


Ellen Luiza de Souza Barbosa 

Turma XXXVIII

Noturno


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