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sábado, 23 de setembro de 2017

Aspectos do capitalismo sob a análise de Weber

    O comércio faz parte das relações humanas desde a Antiguidade, como exemplificam as práticas comerciais dos fenícios, gregos e romanos (no Alto Império principalmente). Porém, com as invasões bárbaras e o domínio árabe do Mediterrâneo, a produção se tornou servil e tinha como fim a subsistência do camponês e o financiamento dos senhores feudais e da nobreza. Junto com a queda desse sistema, ocorreu o Renascimento Comercial , que com suas corporações de ofício, cartéis primitivos, caráter assistencialista e defesa do justo preço caracterizaram o pré-capitalismo (XII-XIV). Em sua segunda segunda fase, denominada capitalismo comercial (XV-XVIII), o controle estatal era forte, e baseava-se no mercantilismo: protecionismo alfandegário, metalismo, balança comercial favorável, expansão comercial e colonialismo. A terceira fase emergiu com a Revolução Industrial, e tinha como principais aspectos a mecanização, a divisão do trabalho, o trabalho assalariado, o liberalismo e a lei do mercado, sendo conhecida como capitalismo industrial (XVIII- XIX).  A Segunda Revolução Industrial introduziu o capitalismo financeiro, atiante até hoje, em que o controle se dá por meio de ações e a primitiva troca cedeu à dinâmica dos investimentos.
    A realidade empírica vivida pela humanidade durante esse processo consagrou valores e ideais que constituem a cultura ocidental atual, amplamente vinculada ao sistema econômico predominate. Por essa razão, os fenômenos culturais ocidentais são entendidos como universais, e também porque devido à apropriação diferenciada de recursos escassos (não apenas econômicos), as potências ocidentais submeteram o oriente a sua supremacia, o que gera conflitos como a exploração de mão de obra e matéria prima, violação da soberania dos governos orientais, imposição de condições para auxílio, desacordos no âmbito dos direitos humanos, etc.
    Sobre essa cultura, é importante salientar que consistiu em uma decisão a favor de certos valores e contra outros. Dessa forma, pode-se dizer que é o resultado das ações sociais em um determinado tempo e espaço da história humana, cuja intensificação levou à universalização. Uma observação importante sobre as ações em questão é que mesmo sendo em nível estatal, elas não de disvinculam da posição individual. Essa constatação demonstra a vinculação entre evolucionismo ético e relativismo histórico abordada por Weber: a busca por lucro sempre existiu, mas o lucro como fim em si é um ideal ocidental, decorrente do protestantismo: segundo o calvinismo, o sucesso econômico e o enriquecimento são sinais da salvação e demontram que o homem está no caminho certo. Esse pensamento legitimou a busca pelo lucro com base na religião e a ligou à ideia de virtude e eficiência, e não à ganância e desonestidade. 
    Weber identifica na ética protestante a legitimação do sistema tratado neste texto, sustentado hoje pela ações sociais da sociedade, como o empreendedorismo, o sistema legal e a administração orientada por regras formais, os fenômenos culturais, etc. 

Eloáh Ferreira Miguel Gomes da Costa - Direito/Matutino/1

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