Muitos avanços sociais ocorreram
no contexto feminino desde a primeira onda feminista do século XIX, como a
conquista de direitos políticos e a inserção da mulher no mercado de trabalho.
Porém, ainda se discute o papel da mulher na sociedade, que permanece na luta
pela superação de preconceitos e padrões sociais impostos pela coletividade.
A filósofa Simone de Beauvoir,
afirma que não se nasce mulher, mas se torna mulher. Sob essa ótica, desde
a infância, as mulheres são ensinas a serem mulheres e a maneira a qual devem
agir, seja por brinquedos, brincadeiras, acessórios ou roupas, que apesar de
parecerem coisas simples, naturalizam o “papel” da mulher na sociedade como
cuidadora do lar e dos filhos e estimulam a feminilidade. Isso se relaciona com
os estudos de Émile Durkheim sobre fato social, que segundo ele é toda
maneira de agir fixa ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma
coerção exterior. Assim, a questão da mulher, encaixa-se perfeitamente na concepção
do sociólogo citado, uma vez que a sociedade busca moldar a mulher, desde
criança, a seguir o padrão vigente.
Dessa forma, as mulheres que
não se encaixam nesse padrão e buscam, ou priorizam, uma carreira profissional em
detrimento a vida doméstica, são muitas vezes alvo de críticas e comentários
negativos por não cumprirem seu papel social de servir ao marido e gerar filhos,
o que seria visto por Durkheim como uma maneira de “restabelecer” a norma.
Portanto, apesar do
desenvolvimento social associado às mulheres, ainda há um longo caminho a ser
percorrido para alcançar a igualdade de gênero e o reconhecimento e a liberdade
plenos das mulheres na sociedade e no mercado de trabalho.
Laura Prado de Souza - Direito matutino
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