Eric Voegelin, jurista europeu que trabalho diretamente com um dos maiores nomes do positivismo jurídico, Hans Kelsen, foi um grande filósofo que abalou muitos fundamentos da filosofia e das ciências sociais, especialmente da modernidade.
Em sua obra A Nova Ciência da Política, de 1952, Voegelin aborda diversos aspectos do estudo político e dos desdobramentos dele na sociedade de sua época. Em uma de suas análises, o autor discorre sobre um dos grandes problemas que refletiram na decadência da ciência política, a formação da filosofia positivista e suas reverberações. Dentre um dos afetados, foram seus posteriores, como Max Weber.
Grande defensor de uma ciência isenta de quaisquer valores que fossem, Weber teorizava acerca da influência dos citados para o saber científico e quão poder de ordem eles tinham sobre a política, no chamado demonismo da política ¹, em que os valores tinham significativa importância nas decisões dos políticos, determinando os resultados, este pensamento sendo denominado como sociologia compreensiva. Nesse sentido, Weber, embora estivesse ainda, de certa forma, alinhado a Comte, foi de encontro frontal à ideia positivista de desconsideração total do plano metafísico ou moral da pesquisa científica, contrariamente ao primeiro ideólogo, do qual afirmou a metafísica não possuir mais a força lógica necessária para mudar algo².
Enquanto se assemelha a algo ultrapassado, a saber a mínima atenção sobre a essencialidade do sistema moral para a vida de um meio social, o ponto tão aclamado pela autora deste artigo acerca da individualidade do ser prevalece como um degrau subido. A volta do crédito à parte valorativa do homem pela perspectiva weberiana levou a uma nova cosmovisão da alma do homem: aquela que tem poder de resistir a qualquer proposta quando há bons valores firmados no caráter - no caso, dos políticos- e que a moral possui sim um vigor que move toda a população rumo a um ideal.
Em suma, esta breve análise de Max Weber pôde colaborar com a exaltação da unicidade de cada um, apesar do autor ter seguido mais pela linha do Positivismo que esta visão especial sobre os animais políticos, levando estes a um patamar de protagonista que só o homem pode experimentar dentre todos os seres vivos, sendo ele o de fazer suas escolhas, nem que elas sejam a de resistir a tudo que contraria o bom, belo e verdadeiro.Logo, se todos os cidadãos seguirem por esta receita e transformarem como enxergam a si mesmos- não como manipuláveis, mas como grandes responsáveis por si mesmos-, de fato a humanidade irá tender ao progresso, conforme Augusto Comte afirmou.
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