Sempre
haverá mais ignorantes que sabedores enquanto a ignorância for gratuita e a ciência
dispendiosa. Assim defendeu Marquês de Maricá, escritor, filósofo e político
brasileiro que ainda em meados de 1800 foi capaz de traduzir a realidade contemporânea
de centenas de países que tem de enfrentar, em meio à uma crise de saúde que
tem ceifado milhares de vidas todos os dias ao redor do mundo, a ignorância de
quem prefere a morte em favor da economia. Apesar de os direitos fundamentais
inerentes a todo e qualquer cidadão garantir a liberdade de expressão e o
direito de ir e vir, o isolamento social não coloca em xeque tais princípios,
mas pelo contrário, estabelece e garante a saúde à todos, além de evitar que o
vírus ganhe proporções maiores e siga destruindo vidas, sonhos e famílias.
Nesse
sentido, a ciência tem exercido papel fundamental no desenvolvimento de
pesquisas para tratamento e prevenção do novo coronavírus (ou Covid-19), além de
milhares de profissionais da saúde que tem abdicado de suas vidas e família para
dar atenção e cuidados aos infectados pelo vírus e que muitas vezes tornam-se
as próprias vítimas. Desse modo, percebe-se a importância da evolução do conhecimento
científico na consolidação de métodos e na construção do saber verdadeiro,
fundamentado na razão e na observação da natureza, que reflete-se nas metodologias
de pesquisa utilizadas até hoje, seja em institutos, universidades ou até mesmo
hospitais.
Entretanto,
ainda há quem opte por contrariar a ciência e apoiar-se em ideias sem fundamentos
científicos e que são incapazes de exprimir a realidade, desrespeitando o
isolamento social e ignorando a proporção de contágio do vírus e seus sintomas
que podem tornar-se mais graves em determinado grupo de pessoas, colocando em
risco a vida. Assim, mesmo diante de dados concretos e pesquisas, o desrespeito
as determinações da Organização Mundial da Saúde (OMS) é uma realidade que
atinge milhares de países, principalmente o Brasil, onde em meio a uma pandemia
o Presidente da República, que deveria priorizar a saúde e o bem-estar dos cidadãos,
defende o retorno das atividades em favor da recuperação e fortalecimento da
economia e que tem influenciado milhares de pessoas a defender e compartilhar
do mesmo pensamento.
Por fim,
vale ressaltar que o direito a liberdade de expressão e o de ir e vir não devem
extrapolar as medidas estabelecidas a todo um sistema vigente, uma vez que,
confrontam determinações de saúde pública, da ciência e geram consequências irreversíveis
a vida. Além disso, é valido a importância da evolução do conhecimento nesse
sentido, que propôs metodologias e novas formas de desenvolvimento da ciência,
que tem como objetivo principal a racionalidade, assim como apresenta-se ainda
hoje nas pesquisas, em exemplo as pertinentes ao Covid-19. Assim, é preciso
entender que não deve-se ultrapassar os
limites do outro e, inclusive, colocar em risco outras milhares de pessoas por
mera ignorância e egoísmo, pois, assim como a ciência e a pesquisa possibilitam
a iluminação das ideias, há quem prefira viver no escuro.
Ana Carolina de Campos Ribeiro
– Direito matutino (1º ano)
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