A humanidade convive com diversas
mudanças ao longo de sua história. Algumas são brandas e lentas, outras mais
explosivas e marcantes. Dentre elas, Engels, em seu texto “Do Socialismo
Utópico ao Socialismo Científico”, destaca as revoluções que lutavam pela
emancipação dos povos. Porém, o autor chama atenção para o fato de que a
burguesia, que lutava pela destruição dos privilégios das classes superiores
(nobreza e clero), acabou criando seus próprios privilégios, carregando assim
sua antítese.
Para tratar de tal
assunto, Engels se utiliza da dialética que trabalha os opostos na medida em
que eles interagem e transformam um ao outro, num processo de contradições
progressivas. Dessa forma, a tese da burguesia produziu uma antítese, que ao se
relacionarem, produziram uma síntese. Mas o que vem a ser tal síntese?
Engels desenvolve seu
pensamento com base no Materialismo Dialético. Ele explica que a reunião do ser
humano em sociedade está baseada na produção material, como as matérias-primas
e produtos finais, e nas relações que se desenvolvem entre o burguês e o
proletariado, entre o trabalhador e seu produto. Para o autor, a síntese de tal
movimento burguês se dá na nova ordem que surgiu com a industrialização: a da
exploração do proletariado pelo burguês, principalmente através da mais-valia.
O autor ainda enfoca
que a produção é a base da ordem social. Dessa forma, as causas das
transformações sociais de cada época devem sempre ser buscadas no modo de
produção. Esse ponto de vista possibilita a análise de sua época (e também dos
dias atuais) sob a ótica do capitalismo: as relações sociais de opressão do
trabalhador, o esquecimento da grande massa de reserva, as patologias sociais,
são alguns fatores consequentes do sistema econômico vigente.
A fim de que se resolva
tal situação, Engels e Marx propõem o socialismo como um caminho a ser
percorrido pelas sociedades em sua história. Busca-se a superação do modo
capitalista de produção, através da libertação das forças produtivas que
promoveria a libertação de todos e o pregresso para a modernidade.
Atualmente, a exploração da classe trabalhadora
continua e quem poderia fazer alguma coisa por essas pessoas não faz nada além
de vista grossa. Os direitos são muitos, civis, humanos... Talvez o caminho
para a superação desse quadro exploratório não seja o socialismo, devido à
necessidade de uma solução rápida e visto que a transição para um novo sistema
demanda um bom tempo. A humanização dos direitos, como se tem notado nas
últimas conquistas sociais, mostra-se efetiva na resolução de alguns problemas.
Ainda é pouco, mas o Direito tem a capacidade de ir além: realizar de fato o
seu papel para a sociedade, garantir os direitos fundamentais de cada ser
humano, livrando a massa da exploração.
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