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sexta-feira, 25 de maio de 2012

Das Revoluções Fantasiosas Às Revoluções Concretas


"... já não se tratava de abolir os privilégios de classe, mas de destruir as próprias diferenças de classe."
(Engels, Friedrich)

Apesar de todas as grandes mudanças sociais da história terem sido baseadas no discurso do "melhor para todos", toda e qualquer forma estabelecida de sociedade conhecida pela história se fez de forma a privilegiar certos indivíduos, enquanto, para isso, outros sofriam uma silenciosa - e dissimulada - privação de gozos. Dessa forma, o grupo oprimido, em geral, ao perceber as injustiças da hierarquia social instaurada, punha-se em lutas para reverter tais quadros através de Revolução (as chamadas "Revoluções Burguesas" do século XVII, por exemplo).

Entretanto, as novas sociedades estabelecidas também trouxeram sempre roupagens novas para repassar a já tradicional opressão a outros grupos. Tomando-se o exemplo da Revolução Francesa, esta transformou uma parte do terceiro estado em grupo dominante (burguesia), enquanto o resto desse terceiro estado (povo) continuava a ser indiscriminadamente explorado, como se nada tivesse mudado. Isso mostra que se faz inerente a qualquer sociedade com divisão de classes a opressão de uns em favor de outros.

Nota-se, ao decorrer do texto "Do Socialismo Utópico Ao Socialismo Científico" de Friedrich Engels, que a elaboração teórica do socialismo se iniciou - mesmo que de forma ingênua com o socialismo utópico - graças às óbvias injustiças que o sistema capitalista estabelecia. Porém, os teóricos socialistas perceberam, para formular suas propostas ideológicas, que todas as sociedades com classes estão fadadas ao fracasso. Nisso está o ponto mais revolucionário e diferencial do socialismo: a proposição da busca por uma sociedade em que não haja qualquer tipo de separação de indivíduos por classes e, com isso, não haja a exploração de uns por outrem.

Posto isso, fica evidente o fato de que o molde capitalista de sociedade (o qual, aliás, se faz completamente ultrapassado, tendo que, muitas vezes, se manter às custas de argumentos moralistas e religiosos, assim como era feito para a manutenção das Monarquias Absolutistas na Idade Média) se instalou através de uma "revolução" que apenas mudou o nome dos opressores e oprimidos, mas com a manutenção do sistema de exploração incessante. Conclui-se, portanto, que apenas se atingirá um real avanço na sociedade quando as tais estruturas opressoras forem suprimidas através de uma Revolução realmente transformadora e, assim, todos finalmente poderão ser considerados iguais.

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