Muitas das grande obras da humanidade são o resultado de um processo de tentativa e erro, no qual um conhecimento prévio, após não servir a seu propósito como o desejado, é substituido por um novo e mais adequado. Tal recomeço, abandono de verdades anteriores, foi o que impulsionou René Descartes a desenvolver seu método, no qual ele tentou desenvolver um conhecimento sem utilizar nenhuma fonte anterior, nenhum dos seus sentidos, apenas a sua razão.
Deste ato, que pode ser interpretado tanto como desespero quanto à utilidade e veracidade do que tinha aprendido ou como um desprendimento e coragem na busca de um conhecimento que aceitasse, René pretendia dar início a um conhecimento imaculado, que poderia ser passado às próximas gerações para que elas desenvolvessem-no, partindo de um ponto a frente da geração anterior, e assim em diante. Tal método, que prega o uso da racionalidade como modo de definir verdades, veio a ser peça fundamental no método científico até os dias de hoje. Por outro lado, verdades obtidas por sua doutrina, como a existência de deus e a separação entre corpo e alma, estão longe de ser unanimidade, o que indica a subjetividade da razão de cada um, e que a busca de Descartes por uma linha de pesquisa sem falhas ainda continua.
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